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Dignidade e subsistência
Do Diário do Grande ABC
09/03/2022 | 01:01
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A Enel nunca foi exemplo de bons serviços prestados à população – haja vista a existência de CPIs instaladas em várias cidades do Grande ABC para apurar tanto as falhas no fornecimento de energia elétrica quanto a falta de atendimento adequado às queixas dos consumidores. Mas a situação extrapolou qualquer limite do aceitável após as fortes chuvas que castigaram a região no domingo. Relatos colhidos pela equipe de reportagem do Diário nos últimos dias dão conta de que a empresa deixou – pasme-se! – clientes sem luz por mais de 40 horas.

Quase dois dias sem energia elétrica! Não é razoável. É exagero. Inadmissível. Os técnicos da Enel certamente sabem que lidam com insumo básico no qual se sustenta a sociedade moderna! E quem necessita de força e luz para manter a comida saudável ou as condições adequadas de medicamentos? Como sobreviver a lapsos tão grandes no fornecimento?

Compreende-se, evidentemente, os fatores imprevisíveis inerentes à atividade, como os estragos provocados pelas tempestades nas redes de abastecimento. Mas a concessionária é muito bem remunerada para manter equipes de prontidão que reparem os danos sem demora. A Enel, assim como outras companhias prestadoras de serviços essenciais, precisa compreender que não presta nenhum favor à sociedade. Os consumidores pagam, e não é pouco, pela entrega de força e luz. Por isso, têm o direito de receber a energia sem intermitências.

A Enel, uma das gigantes do setor energético, com sede em Roma, na Itália, está sujeita à legislação brasileira. E a resolução normativa número 414, editada em 2010 pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), expõe com clareza a obrigação essencial das concessionárias: fornecer força e luz a todos os consumidores com qualidade e continuidade asseguradas. Garantir a entrega do serviço é mais do que proporcionar dignidade aos consumidores; em alguns casos, como no de quem precisa da geladeira funcionando para conservar remédios, é preservar a sua própria existência!




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