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Agílio Monteiro pede ajuda a Deus para comandar PF
Do Diário do Grande ABC
22/06/1999 | 10:58
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O delegado Agílio Monteiro Filho, indicado nesta segunda-feira, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para assumir o comando da Polícia Federal, embarcou nesta terça para Brasília, para a cerimônia de posse que acontece na próxima quinta.

Agílio vai substituir o delegado Joao Batista Campelo, que pediu demissao na sexta-feira passada após ficar apenas 72 horas no cargo. Ao embarcar, no aeroporto de Belo Horizonte, o novo diretor-geral da PF disse que assumir o cargo será um novo desafio na sua vida. "Mas a vida é um desafio", argumentou. Ele pediu ajuda a Deus para que desempenhe bem sua nova funçao e possa ajudar o governo e o povo brasileiro coordenando a polícia. "Só peço que Deus me dê forças para que eu consiga responder às expectativas que o presidente depositou em mim".

A decisao de nomear Agílio foi anunciada às 21h15 desta segunda, após reuniao entre o presidente e o ministro da Justiça, Renan Calheiros, e diversas consultas feitas pelo Palácio do Planalto. Monteiro Filho foi superintendente da PF em Minas Gerais durante cinco anos e, com um perfil exclusivamente técnico, tornou-se um consenso entre os vários setores do governo interessados na nomeaçao do novo comandante da PF.

Derrotado na primeira disputa em torno do comando da PF, o ministro da Justiça ficou satisfeito com a escolha, pois acredita que tenha sido respeitado o critério técnico. A publicaçao do nome do novo diretor da PF poderá ser publicada na ediçao de quarta-feira do Diário Oficial.

surpresa - A indicaçao de Agílio Monteiro Filho acabou pegando de surpresa a comunidade da Polícia Federal e outros setores do governo, já que o seu nome nao figurava na lista dos candidatos apontados como favoritos ao cargo, como vinha noticiando a imprensa. Além de nao ter nenhuma ligaçao com grupos políticos e com sindicatos ligados à corporaçao, o delegado tem outro atributo considerado positivo, que é o fato de nunca ter servido em Brasília. "Isso é bom, porque ele nao tem inimigos", avaliou um delegado da PF. Também conta a seu favor o fato de ter saído de uma superintendência que tem pouca importância dentro do quadro nacional da Polícia Federal, o que evitou qualquer tipo de indisposiçao do delegado com os vários grupos em que se divide a instituiçao.

Aparentemente a nomeaçao dele agradou a vários delegados da PF. "Ele está angustiado com essa indefiniçao e por isso quer uma decisao imediata", explicou um assessor do Planalto, lembrando que o calvário na escolha do comandante da PF já estava entrando pelo quarto mês. Desta vez, entretanto, o governo agiu de maneira mais cautelosa.

Ainda aborrecido com o desgastante desfecho da nomeaçao da Joao Batista Campelo, que reassumiu a Secretaria de Segurança Pública em Roraima, Fernando Henrique deixou bem claro para os seus auxiliares mais próximos que nao poderia errar novamente na indicaçao de um nome. "Nao dá para ficar nomeando um suspeito de participar de tortura ou que tenha uma ficha manchada por atos de corrupçao", observou este assessor.




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