Filha de pai norte-americano de origem escocesa e mãe mexicana de origem indígena mixteca, Lila passou infância e adolescência entre dois mundos, um ano nos Estados Unidos e outro na região montanhosa de Oaxaca, no México, na costa do Pacífico. “Minha origem era motivo de piadas na escola. Então, comecei a afirmar que não era indígena, fingia ignorância a respeito e me identificava com meu pai. Até tingi o cabelo de loiro. Quando meu pai morreu, morreu a parte anglo-saxã de minha existência e o mundo indígena entrou em minha vida. Aos 16 anos, renasci com a música”, afirma.
Seu visual que lembra o da artista plástica mexicana Frida Kahlo não é casual, e sim conhecimento estético de identidade. “Na cultura norte-americana há mulheres que se assemelham um pouco com Marylin Monroe, que se identificam com esta mulher, com sua sensualidade basicamente. Para mim, assim é Frida. Não posso negá-la. É uma questão cultural de beleza. Em Oaxaca, há muitas Fridas. Há muitas mulheres que se parecem com ela”.
Dona de uma voz poderosa, Lila começou a fazer ópera em Los Angeles aos 14 anos, mas logo desistiu. Passou a vender jóias nas ruas e se mudou para as montanhas de Oaxaca, onde viveu em contato próximo com sua tradição. “Eu estava perdida e não sabia o que queria. Ser cantora de ópera era uma maneira de estudar técnica de voz, mas pouco a pouco fui buscando minhas raízes. Eu não sabia, não tinha idéia da profundidade espiritual que dá a música. É como diz o tema da canção de Caetano Veloso, Minha Voz, Minha Vida. Essa metáfora é muito linda”.
Lila pesquisa cantos folclóricos, principalmente dos mixtecos, uma das 16 etnias de Oaxaca. Mas seu repertório também tem composições próprias em espanhol e inglês, com ritmos de jazz, bolero e ranchero, estilo mexicano. No show, estará ao lado de sua banda de cinco músicos latinos, de nacionalidades distintas, inclusive o guitarrista brasileiro Guilherme Monteiro.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.