Valor foi empenhado em nome da empresa Vici Construtora; contrato é datado de 2015
A Prefeitura de Mauá, comandada pelo prefeito Marcelo Oliveira (PT), destinou cerca de R$ 6 milhões à empresa Vici Construtora Ltda. O montante foi empenhado no dia 3 de janeiro, por meio da Secretaria de Obras.
Conforme os documentos, aos quais o Diário teve acesso, uma das notas é de R$ 5.805.509,86 e outra, de R$ 196.482,66, somando R$ 6.001.992,52. O montante tem previsão para ser investido em melhorias no núcleo Chafick Macuco, na região do Jardim Zaíra.
“Despesa com contratação de empresa para a execução das obras de urbanização do assentamento precário Chafick Macuco”, descreve a administração nas duas notas que foram empenhadas. A data do contrato é de 2015, ou seja, quando o Paço era gerido pelo prefeito Donisete Braga (ex-PT, atual Pros).
A empresa Vici Construtora pertence a José Romano Netto, filho da empresária Maria Setti Braga. Após diversas mudanças de endereço, como aponta a Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), a firma se estabeleceu no Centro de São Bernardo. Ainda segundo a entidade, Netto mantém participação única na empresa, no valor de R$ 24 milhões. A empresa já teve sede na Capital, em Mirandópolis, no Interior de São Paulo, e manteve, durante um tempo, filial em João Pessoa, na Paraíba.
Em janeiro de 2022, Marcelo Oliveira já tinha garantido pagamento de quase R$ 2 milhões à Geometrica Engenharia de Projetos. À época, a administração autorizou dois pagamentos: um de R$ 1.790.899,84 e outro de R$ 155.575,72. Originalmente, as notas foram emitidas em 2018, na gestão do ex-prefeito Atila Jacomussi (ex-PSB, atual SD). Os valores também foram direcionados à contratação de empresas que urbanizariam os assentamentos Chafick Macuco e Jardim Oratório.
A Geometrica esteve envolvida em esquema de pagamento de propina investigado pela PF (Polícia Federal), no âmbito da Operação Trato Feito, segunda incursão das forças de segurança e que rendeu a segunda prisão do ex-prefeito Atila Jacomussi. Ex-secretário de Governo na gestão, João Eduardo Gaspar também foi detido. Além da prisão de Atila, a Justiça Federal autorizou cumprimento de mandados de busca e apreensão nos gabinetes de vereadores.
Na época, o ainda vereador Marcelo Oliveira fez duras críticas à atuação da administração e à relação que o Executivo manteve com as empresas investigadas durante a operação da PF.
Questionada pelo Diário sobre o empenho dos R$ 6 milhões, a Prefeitura de Mauá não respondeu até o fechamento desta edição.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.