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MG já contabiliza mais desabrigados
pelas chuvas que no último ano

Dados mostram que 3.185 pessoas deixaram suas casas, diz Defesa Civil

MG já contabiliza mais desabrigados pelas chuvas que no último ano
08/01/2022 | 09:53
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Gil Leonardi/Imprensa MG/Agência Brasil


Faltando ainda quase três meses para o fim do atual período chuvoso em Minas Gerais, o número de pessoas desabrigadas no estado já é mais de duas vezes superior ao total registrado em toda a estação chuvosa de 2020/2021.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, de 1º de outubro de 2021 até hoje (8), 3.185 pessoas tiveram que deixar suas casas e ir para abrigos públicos. Parte destas pessoas pode já ter retornado a suas residências. Mesmo assim, o número revela a gravidade da atual situação: em toda a temporada de chuvas anterior foram contabilizadas 1.608 pessoas desabrigadas.

O total de prefeituras mineiras que decretaram situação de emergência ou estado de calamidade pública nesta temporada também é mais de duas vezes superior ao do período 2020/2021: 132 contra 58, respectivamente.

Além disso, as recentes chuvas e suas consequências (inundações, alagamentos, deslizamentos etc) já desalojaram a 13.350 pessoas que tiveram que se abrigar, temporariamente, nas casas de parentes, amigos, vizinhos ou em hospedagens particulares. Entre o início de novembro de 2020 e março de 2021, este número chegou a 14.598.

Outra consequência da soma de fatores meteorológicos que tem potencializado as precipitações – e que pode ajudar a explicar o aumento dos números – é que, na atual temporada, as chuvas começaram a se intensificar em outubro de 2021. Em 2020, como de costume, isto só ocorreu a partir de novembro. Além disso, regiões mineiras onde não é comum chover tanto também estão sendo atingidas por tempestades.

“Em anos anteriores, as chuvas pareciam estar mais concentradas. Agora não. Várias regiões do estado estão sendo atingidas e as situações são muito distintas. Há locais onde as águas já abaixaram, permitindo às prefeituras limparem as ruas e algumas famílias retornarem a suas casas”, disse, à Agência Brasil, a tenente-coronel Gracielle Rodrigues Santos, da Defesa Civil estadual.

“As intempéries climáticas têm favorecido este quadro. Os efeitos do [fenômeno climático] La Niña e a Zona de Convergência do Atlântico Sul têm trazido muita umidade para Minas Gerais, afetando as médias históricas”, acrescentou a tenente-coronel antes de fazer um alerta: “Ainda vamos ter bastante chuvas pela frente”.

Seis pessoas já perderam a vida nos últimos três meses. E o solo encharcado e a continuidade das chuvas em muitas localidades seguem causando estragos e transtornos em todo o estado. Esta manhã, parte de uma casa desabou no bairro Vila Leonina, em Belo Horizonte. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve vítimas e, provavelmente, o acidente tem relação direta com o volume de chuvas. Ainda na capital mineira, o telhado de um estacionamento desabou sobre os carros parados em um bairro Santa Efigênia na tarde desta quinta-feira (6). Um homem descansava no interior de um dos veículos atingidos, mas não foi sofreu ferimentos graves.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma frente fria vinda do litoral causará mais chuvas intermitentes em praticamente todo o estado, durante o fim de semana. Por isso, a Defesa Civil recomenda que as pessoas fiquem atentas a sinais como trinca ou rachaduras em paredes, pisos ou no solo; terrenos vertendo água; inclinação atípica e postes ou árvores; portas e janelas que tenham emperrado repentinamente.

Caso sejam surpreendidos pelas chuvas, as pessoas devem evitar áreas de inundação e procurar se proteger em local seguro, evitando se abrigar sob árvores ou próximo a estruturas metálicas. Para receber avisos da Defesa Civil, basta enviar uma mensagem de texto (SMS) por celular para o número 40199, informando o CEP da região sobre a qual quer ser informado das condições meteorológicas.
 




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