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Volume de água nos reservatórios do Grande ABC tem alta de 15%

Três dos quatro sistemas que abastecem a região registraram acréscimo no período de chuvas

Thainá Lana
07/01/2022 | 08:09
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Claudinei Plaza/DGABC


 As fortes chuvas de verão que assolaram a região no último mês também ocasionaram o aumento de água nos reservatórios do Estado. Três, dos quatro sistemas que abastecem o Grande ABC, registraram acréscimo de 15,6% no volume de água. No período de 30 dias, comparado os dias 6 de dezembro do ano passado com 6 de janeiro deste ano, o reservatório que registrou a maior quantidade de água foi o sistema Rio Grande, com 9,1%, que abastece as cidades de Santo André, São Bernardo e Diadema.

Na sequência do levantamento realizado pelo Diário, com dados da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), aparece o manancial Alto Tietê, com aumento de 5,7% durante o mesmo período. O reservatório fornece cerca de 30% de água para cidade de Mauá. Cantareira registrou o menor acréscimo no nível de água, sendo apenas 0,8 ponto percentual – o sistema abastece os municípios de Santo André e São Caetano. 

O único manancial da região que não apresentou crescimento foi o de Rio Claro, que fornece água para Ribeirão Pires, Mauá, São Bernardo e Santo André. Contabilizando os quatro reservatórios, em dezembro de 2020 havia 187,3% de volume de água, enquanto neste ano, após a região registrar fortes chuvas nas últimas semanas, foram registrados 202,4 pontos percentuais.

NÃO É SUFICIENTE

Para bióloga e coordenadora do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Marta Marcondes, o aumento no volume de água nos reservatórios está abaixo do esperado para o período. “As fortes chuvas começam em meados do mês de setembro, porém, só tivemos grandes chuvas no final de dezembro e no começo de janeiro. Esse cenário ainda é bem preocupante”, ressalta a especialista.

Além das chuvas, a bióloga reforça que para aumentar o nível de água nos sistemas é preciso investir em políticas públicas de recuperação e proteção dos mananciais. “Sem floresta não tem água, então quando analisamos a região, por exemplo, Rio Grande da Serra está 100% inserida em uma área de mananciais. Por isso o município deveria aplicar um plano para reflorestar a áreas que foram desflorestadas e proteger os locais que ainda possuem floresta”, finaliza.

SEM RISCO

Mesmo com o baixo aumento do volume de água nos reservatórios, a Sabesp informou que não há risco de desabastecimento neste momento na Região Metropolitana de São Paulo, que incluí o Grande ABC. Porém, o órgão reforça a necessidade do uso consciente da água e projeta aumento no nível dos reservatórios entre janeiro e fevereiro, meses com maiores médias históricas de chuvas.

A companhia destaca que está sendo realizado um conjunto de medidas para tentar garantir a segurança hídrica e preservação dos mananciais, como integração do sistema (com transferências de água entre regiões), ampliação da infraestrutura e gestão da pressão noturna para maior redução de perdas na rede.

Lembrando que os sete municípios do Grande ABC integram a Região Metropolitana, que conta com um Sistema Integrado, composto por sete mananciais, sendo possível abastecer áreas diferentes com mais de um sistema produtor, conforme a necessidade operacional




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