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Os Pires em São Bernardo. Uma propriedade marcada por valos. Por aqui passaria a Via Anchieta. E o DER abriria um acampamento.

Nesta data, em 28 de dezembro de 1888, falecia João Antonio Pires, de antiga família da Borda do Campo, em solo onde hoje está o atual Município de São Bernardo “do Campo”

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
28/12/2021 | 00:05
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Todo o trânsito que interligava a capital São Paulo a Santos em tempos imemoriais passava por uma das vertentes do Caminho do Mar, no mesmo espigão hoje vencido pela Via Anchieta.

A atual Rua Marechal Deodoro, que desviaria o trânsito, apenas seria projetada e aberta no início do século XIX.

Os Pires foram morar à beira do antigo Caminho do Mar, cuja história vai-se completando com a pesquisa de Vicente D’Angelo, conforme o texto que se segue.

A história do solar dos Pires
Pesquisa e texto: Vicente D’Angelo

Muito se fala sobre o solar dos Pires, família que viveu na área central de São Bernardo. Mas quem são os Pires?

João Antonio Pires foi batizado em 20 de março de 1833 em sua casa e não na igreja, por estar em perigo de vida, como escreveu o padre Manoel da Natividade Marques, da Paróquia de São Bernardo, em seu ato de batismo. O garoto sobreviveu e continuou morando no Alto da Boa Vista, hoje Jardim Olavo Bilac, onde se encontra o antigo Acampamento do DER.

Eram seus pais Antonio Pires e Joanna Maria, que adquiriram essas terras por meio de uma declaração de arrendamento feita em 1813 pelo abade do Mosteiro de São Bento.

A partir deste arrendamento, Antonio Pires requereu autorização para demarcar suas terras com valos (valetas), no mesmo ano de 1833, alegando ter o arrendamento força de escritura pública, ato aceito pela Câmara Municipal de São Paulo.

A expressão “Sítio dos Pires” aparece em planta do Empreendimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, de meados do século XX. Segundo a planta, o Sítio dos Pires situava-se no Alto da Boa Vista, na Estrada dos Pires, hoje denominado Rua Maria Adelaide L. Quelhas, que começa logo após o entroncamento com a Rua Felício Laurito.

João Antonio Pires, que sobreviveu à enfermidade ainda criança, faleceu 55 anos depois, em 28 de dezembro de 1888, na casa que herdou de seu pai. Ele foi sepultado no Cemitério da Borda do Campo, que ficava na sede da Fazenda São Bernardo, dos monges beneditinos, espaço hoje ocupado pelo Carrefour do Vergueiro.

Acreditamos que aquela casa é a mesma que foi desenhada por Hugo Duzzi, publicada no livro “São Bernardo do Campo 200 anos depois” (edição de 2012, p. 109), e republicada pela página “Memória” em 31 de agosto de 2018.

A capela citada por moradores antigos de São Bernardo, neste mesmo Alto da Boa Vista, supomos que possa ter sido erigida por Antonio Pires em agradecimento à cura do filho João Antonio.

NOTAS – Para o seu trabalho, Vicente D’Angelo recorreu aos registros de batismo e óbito da Matriz de São Bernardo, hoje arquivados na Diocese de Santo André; cartas de datas da Prefeitura de São Paulo; registros da Prefeitura de São Bernardo; estudos do historiador Wanderley dos Santos, entre outros materiais.

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Terça-feira, 28 de dezembro de 1971 – ano 14, edição 1726

SANTO ANDRÉ – Uma nova favela começava a nascer entre os Jardins Cristiane e Oriental.

RIBEIRÃO PIRES – A história do Centro Espírita Martins Fontes, fundado em 1966 pelo português Custódio Marques e localizado à Rua Major Cardim.

DIA DO MÉDICO – Governador Laudo Natel sancionou ontem (27-12-1971) projeto de lei que cria o Dia do Médico, a ser comemorado em 18 de outubro.

ADEUS – Faleceu ontem (27-12-1971), aos 79 anos, José Takeshita, o primeiro japonês a se estabelecer em São Bernardo.

EM 28 DE DEZEMBRO DE...

1901 – A Estrada de Ferro São Paulo Railway inaugura uma segunda linha ferroviária entre o Alto da Serra (Paranapiacaba) e Piassaguera.
Um trem especial conduziu o presidente do Estado, Rodrigues Alves, pela Serra Velha em direção à nova estação de Piassaguera, voltando pela nova linha, depois de um lauto almoço. William Speers, superintendente da SPR, recepcionou as autoridades.

NOTA – 120 anos depois, a nova linha está em uso, apodrecida, enquanto que uma nova linha, apenas para transporte de cargas, usa o sistema cremalheira, pelo espaço da antiga linha.

1921 – Cerâmica São Caetano publicava anúncios divulgando seus principais produtos: telhas, ladrilhos e tijolos refratários.

1951 – Inaugurada a sede provisória do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, à Rua Florêncio de Abreu, 157 (Prédio São Bento). O Instituto ali funcionará até que a sede definitiva seja reconstruída à Rua Benjamin Constant, 152, onde permanece até hoje,

1956 – O XV de Novembro de Jau joga duas vezes na região: em 22 de dezembro, um quadro misto enfrenta amistosamente o EC São Bernardo e vence por 1 a 0; no dia 23, o quadro principal empata em São Caetano com o São Bento por 3 a 3, pela penúltima rodada do Campeonato Paulista.

1966 – Prefeito Hygino de Lima aprova o Hino Oficial de São Bernardo: “Nosso Município”, com música de João Gomes e letra de Wallace Simonsen.

1991 Diário há 30 anos:

Pelo Censo 91, região ganha 273 mil novos habitantes; população cresce 16%. Desde 1980, a população saltou de 1.650.000 habitantes para 1.923.000. Diadema tem a maior densidade demográfica de São Paulo.

Construtora Lorenzini lança cinco edifícios: Onix, Hangar 127, Riviera, Treviso e San Marino.


SANTOS DO DIA

Santos Inocentes. Lembra os meninos que foram cruelmente assassinados a mando do rei Herodes por ocasião do nascimento do Menino Jesus.

Catarina Volpicelli

HOJE

Dia do Salva-Vidas

Dia da Marinha Mercante

Falecimentos  

Santo André

Helene Schwarz Erbert, 92. Natural de União da Vitória (Paraná). Residia no bairro Jardim, em Santo André. Dia 26. Memorial Jardim Santo André.

Ruth Palmeira Athayde, 91. Natural de Caçapava (São Paulo). Residia no bairro do Tatuapé, em São Paulo, Capital. Dia 26, em Santo André. Crematório Vila Alpina.

São Bernardo

Alaíde Joaquina da Silva, 90. Natural de Timbaúba (Pernambuco). Residia no bairro Jordanópolis, em São Bernardo. Dia 24. Cemitério dos Casa.

Arlinda Rocha de Oliveira Silva, 89. Natural de Poções (Bahia). Residia no Parque dos Bandeirantes, em São Bernardo. Dia 26, em Santo André. Jardim da Colina.

São Caetano

Octavio Ceciliano, 91. Natural de Guariba (São Paulo). Residia no bairro Cerâmica, em São Caetano. Dia 20. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

João Belizário da Silva, 90. Natural de São José da Laje (Paraíba). Residia no bairro Oswaldo Cruz, em São Caetano. Dia 22. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Diadema

José Luciano Soares, 96. Natural de Ceará-Mirim (Rio Grande do Norte). Residia no bairro Casa Grande, em Diadema. Dia 25, em Santo André. Vale da Paz.

Mauá

Osvaldina Maria Souza Gomes, 88. Natural de Ituiutaba (Minas Gerais). Residia no Jardim Sônia Maria, em Mauá. Dia 26, em Santo André. Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Curuçá.

Ribeirão Pires

Alcibiades de Siqueira, 88. Natural de Ribeirão Pires. Residia no Centro de Ouro Fino Paulista, em Ribeirão Pires. Dia 25, em Santo André. Cemitério São José. 

Mais informações sobre o obituário no www.dgabc.com.br/Colunas/Home




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