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O cartão do padre Afonso. Dois contos cinqüentenários. Dois antigos colegas do Diário.

O Menino Jesus, no alto do teto da cúpula da igreja São João Batista, a Matriz de Rudge Ramos, nos abençoa. E voltamos a 1971, revivendo trabalhos dos jornalistas Juarez Barbosa Correia (Juareiz Correya) e Odair José Bigliazzi

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
24/12/2021 | 00:05
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Vai-se tornando tradição receber o cartão de Natal do padre Paulo Afonso da Silva, construtor da linda igreja do Jardim do Lago, presentemente pároco de Rudge Ramos, os dois bairros de São Bernardo. Em seu cartão, sempre cenários da região, mesmo que universais.

Neste ano de 2021, padre Afonso coloca o Menino Jesus no ponto mais elevado da igreja do Rudge Ramos.

Os dois colegas que também nos ajudam a escrever a Memória desta véspera de Natal deixaram escritos muito bonitos nas páginas do Diário de muitos anos atrás. Escolhemos trechos de dois artigos do Natal de 1971.

O primeiro é de Juarez Barbosa Correia. De volta a Pernambuco, ele trabalhou no Diário na virada da década de 60 para a década de 70. Descoberto pela encarregada do Banco de Dados, Cecília Del Gesso, Juarez envia correspondência à Memória citando outros dois antigos colegas de Redação, Dirceu Pio e Paulo Klein, craques.

Localizamos também um artigo de Odair Bigliazzi, o criador do Diarinho, quando o suplemento infantil não tinha ainda o formato atual e fazia parte do miolo do jornal . A semente do Dr. Odair frutificou e hoje o Diarinho faz história na imprensa brasileira.

Meu conto de Natal
Juarez B. Correia

É uma tarefa engraçada preparar cartões de boas festas. Não fosse Heloísa insistindo comigo e ninguém receberia.
Dão-me boas festas, está muito bem, é sua vontade, mas eu fico sem graça rabiscando um cartão de 1,70 centavos, 2 ou 3 cruzeiros, escolhido entre uma centena deles na papelaria.
Sentar-me à mesa e escrever (e repetir frases cansadas), às vezes com um interessante “sincero”: são meus sinceros votos.
Desse jeito eu me atrapalho sempre. No fim, é mesmo que Heloísa ter preparado tudo, para quem eu devo mandar, para quem fica certo alguma alusão cômica, você entende?

Porque nós comemoramos o Natal
Odair José Bigliazzi

Desde os primórdios do cristianismo, o nascimento de Cristo vem sendo celebrado com festas especiais. Mas, a princípio, não havia disciplinamento e os festejos descambavam para comemorações desregradas.
O papa São Telésforo baixou, no ano 138, os primeiros regulamentos. Contudo, a data do nascimento de Jesus e sua celebração só foram instituídas oficialmente pelo papa Júlio I, no IV século.
Antes disto, de acordo com alguns vícios regionais, algumas igrejas celebravam a data em janeiro, outras em dezembro e outras em abril. Mas, daí em diante, as comemorações foram criando vulto até que se chegou a uma disciplina total.
OS padres tiveram permissão, a partir do século VI, de celebrar três missas nesse dia: a primeira, à zero hora; a segunda, ao nascer do sol; e a terceira a partir das 12h. O celebrante tinha que permanecer em jejum total até a realização da terceira missa.

NOTA – A íntegra dos artigos de Odair Bigliazzi e Juarez Correia estão no “face” da Memória, cujo endereço aparece no alto da página.

DIÁRIO HÁ MEIO SÉCULO
Sexta-feira, 24 de dezembro de 1971 – ano 14, edição 1724

IMPRENSA – O Diário passava a ser vendido em bancas de Santos, São Vicente e Praia Grande.

SANTO ANDRÉ – Jardim do Estádio abandonado, com ruas esburacadas e sem calçamento. Quando chove, o padeiro não consegue entregar o seu pão.

SÃO BERNARDO – O problema da falta d’água agrava-se. As partes altas da cidade são as mais afetadas. Vila Mussolini é um dos bairros que mais sofre.

EM 24 DE DEZEMBRO DE...

1916 – Futebol em Ribeirão Pires: o Ribeirão Pires FC recebe em seu campo o 13 de Maio da Capital.
NOTA – Uma tarefa à Memória da cidade: descobrir o placar deste jogo mais que centenário.

1921 - José Pasin funda, em São Bernardo, o Cine Enrico Caruzo, que depois mudaria o nome para Cine São Bernardo.

1948 – Oficializada as criações do Município de São Caetano, com o apêndice “do Sul”, os Distritos de Paz de Diadema e Riacho Grande, em São Bernardo, e o 2º Subdistrito de Utinga, em Santo André.

1956 – Na véspera (23-12-1956), o Rotary Santo André inaugurava um parque infantil à Rua Coronel Seabra, na Praça Antonio Flaquer do Ipiranguinha.

1961 – Fundada a Instituição Assistencial Lydia Pollone, em Vila Luzita, Santo André.

1991 – Em 22 de dezembro, o Majpel/Olaria, de São Bernardo, virou o jogo contra a Philips/Mauá nos últimos segundos e assegurou a participação no próximo Estadual de Basquete Feminino da Divisão Especial. O arremesso decisivo foi a três segundos do final: Eliete, do meio da quadra do Baetão, deu a vitória ao Olaria por 42 a 40.


SANTOS DO DIA

Tarsila
Ermina, Irmina ou Irma
Paula Isabel Cerioli
Adélia ou Adele de Pfalzel


MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Em São Paulo, aniversariam hoje: Cabrália Paulista e Rifaina, ambos criados em 1949.

Pelo Brasil, hoje é o aniversário de Alfredo Chaves e Piúma, no Espírito Santo; Cametá, no Pará; Nossa Senhora Aparecida, em Sergipe; Sanharó, em Pernambuco; e São José da Tapera, em Alagoas.

HOJE

Dia do Órfão. À tarde, Igreja faz a vigília do Natal do Senhor.

Falecimentos 

Maria Alice Battistin
(São Bernardo, 4-4-1956 – Santo André, 17-12-2021)

A funcionária pública municipal aposentada Maria Alice Battistin, de São Bernardo, formava uma linda dupla com o marido, o desenhista-projetista e fotógrafo Ettore Leonel. Os dois eram sempre vistos pelas ruas da cidade em longas caminhadas. Um casal perfeito.

“Alice participou de inúmeros grupos de auxílio, dentre eles o dos Vicentinos – São Vicente de Paulo – que acolhe idosos na Estrada dos Alvarengas”, relembra o advogado e ex-colega de Alice e Leonel na Prefeitura.

Filha de Vitorino Battistin e de Eugênia Pedron Battistin, de duas antigas famílias de São Bernardo, Maria Alice trabalhou em secretarias municipais como as de Obras e Planejamento. Sofreu uma queda em casa e parte aos 65 anos. Foi sepultada dia 18 no Cemitério do Baeta, em São Bernardo.

Santo André

Therezinha Rodrigues Picolli, 95. Natural de Roseira (São Paulo). Residia na Vila Bastos, em Santo André. Dia 20. Cemitério Cristo Redentor, Vila Pires.

Adelino Domingos do Prado, 95. Natural de Ribeirão Pires. Residia no Parque Jaçatuba, em Santo André. Dia 20. Jardim da Colina.

São Bernardo

Akyo Tanaka, 94. Natural do Japão. Residia no bairro Montanhão, em São Bernardo. Dia 19, em São Bernardo. Parque dos Pinheiros, em São Paulo.

Raimundo Freitas de Lima, 91. Natural de Campo Formoso (Bahia). Residia no bairro Montanhão, em São Bernardo. Dia 18. Jardim da Colina.

São Caetano

Elizeo Lemos, 85. Natural de Agudos (São Paulo). Residia no bairro São José, em São Caetano. Dia 15. Cemitério da Saudade, bairro Cerâmica.

Diadema

Manoel Messias Pereira, 82. Natural de Poções (Bahia). Residia no Jardim Canhema, em Diadema. Dia 18. Cemitério Municipal de Diadema.

Mauá

José Roberto Dandalo, 66. Natural de Orlândia (São Paulo). Residia no bairro Itrapuã, em Ribeirão Pires. Dia 18, em Ribeirão Pires. Vale dos Pinheirais.

Ribeirão Pires

José Fernandes de Lima, 85. Natural de Raul Soares (Minas Gerais). Residia no bairro Represa, em Ribeirão Pires. Dia 19. Cemitério São José.

Rio Grande da Serra

Izilda Aparecida Moreira, 63. Natural de Monte Alto (São Paulo). Residia no Jardim Mirante, em Ribeirão Pires. Dia 19, em Ribeirão Pires. Cemitério São Sebastião. 

Mais informações sobre o obituário no www.dgabc.com.br/Colunas/Home




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