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Mauá lidera ranking de acidentes com pipas na rede elétrica da região

De janeiro a novembro deste ano, município registrou 45 casos e 11.938 falhas; cidade também figura entre as primeiras do Estado

Thainá Lana
Do Diário do Grande ABC
17/12/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


Mauá é a cidade do Grande ABC com maior número de acidentes causados por pipas em contato com a rede elétrica. De janeiro a novembro deste ano, foram registradas 45 ocorrências e 11.938 casos de falha, segundo balanço divulgado pela Enel, concessionária responsável pela energia elétrica em 24 municípios da Grande São Paulo, incluindo as sete cidades. 

Além de aparecer em primeiro no ranking regional, o município também figura em quarto lugar na classificação estadual, ficando atrás apenas das cidades de São Paulo, Carapicuíba e Osasco. Outro município da região que também aparece na listagem do Estado é Santo André, com 44 ocorrências e 4.981 casos de falha por conta de pipas nos cabos elétricos.

A responsável pela área de segurança da Enel, Erika Calderara, explica que a interrupção do fornecimento de energia por conta das pipas pode ocorrer por diversas razões. Além do risco de rompimento dos cabos, as linhas que ficam enroscadas nas redes elétricas provocam desgastes nos fios, podendo levar a curtos-circuitos e derretimento. Nesses casos, equipes da distribuidora são mobilizadas para realizar os reparos necessários e substituir parte dos fios para restabelecer o serviço.

“É importante reforçar os riscos de se empinar pipa próximo da rede elétrica e a necessidade de os pais orientarem as crianças e os adolescentes sobre os cuidados necessários. Além disso, o contato de objetos com a rede de energia pode provocar o desligamento das linhas de transmissão e distribuição”, comenta Erika.

Nas sete cidades do Grande ABC o número de casos registrados chega a 171, enquanto as ocorrências por falha na rede elétrica chegaram a 41.134 ocorrências – cerca de 1,9 caso por dia. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, a região apresentou diminuição de 56,5% no número de casos de pipas em rede elétrica. A baixa também foi registrada na quantidade de vezes que houve falha elétrica por conta do brinquedo – foram 73.843 ocorrências, uma redução de 42,9%. 

O especialista em energia Daniel Bento, diretor executivo da Baur do Brasil, reforça os riscos durante o período de férias escolares. “As pipas em contato com a rede elétrica oferecem um perigo muito grande para as pessoas que estão empinando, em geral crianças e adolescentes. Não é raro as pipas se enroscarem nos fios da rede elétrica aérea, podendo conduzir a eletricidade até a pessoa que está segurando a linha, principalmente se ela tiver cerol ou outro tipo de material que as crianças gostam de utilizar. É muito importante orientá-las para empinar seus pipas apenas em regiões abertas, que não tenham rede elétrica próxima”, diz o diretor.

DICAS DE SEGURANÇA

O coronel veterano do Corpo de Bombeiros de São Paulo e doutor em segurança pública Humberto César Leão explica que as ocorrências ocasionadas por causa de pipas em rede elétrica são registradas na corporação como incêndios e resgates de feridos por descarga elétrica de forma genérica, e que o assunto deve ser considerado como problema de segurança e saúde pública. 

Ele ainda reforça quais cuidados devem ser tomados caso ocorra algum acidente do tipo. “Se houver pessoas experientes próximas no local, é preciso fazer o isolamento da área em raio de pelo menos 20 metros para que outras pessoas não passem próximo do acidente. Outro ponto importante é não se aproximar por debaixo da fiação ou do poste achando que conseguirá apagar o incêndio com um extintor nem tentar retirar uma pessoa eletrocutada que ainda esteja em contato com a fonte. Além de muito improvável que haja sucesso no salvamento, é uma operação para especialistas, pois, para pessoas sem experiência, pode ser fatal”, finaliza o coronel. 




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