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Abel dá aula dentro e fora do campo
Dérek Bittencourt
30/11/2021 | 00:01
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Que aula de futebol nos presenteou o técnico Abel Ferreira durante a conquista do tricampeonato da Copa Libertadores pelo Palmeiras, sábado, no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai. O favoritismo, convenhamos, estava do lado do Flamengo, com seus jogadores mais decisivos, vivendo melhor momento na temporada. Mas o treinador português veio preparando o time há semanas, o poupando no Brasileirão e não se importando com as críticas da mídia e da torcida, estudou muito o adversário, suas alternativas e possibilidades, e, de certa forma, ludibriou a todos – inclusive rubro-negros – colocando Felipe Melo para dar entrevista na véspera do jogo. Como Abel mesmo disse após a contestada derrota para o São Paulo, quando utilizou os reservas e – de certa forma – facilitou para o rival, ele “tinha um plano”. E tanto técnico quanto seus comandados executaram com maestria: entraram em campo com intensidade, apostaram nas costas dos laterais ofensivos do time carioca e logo aos cinco minutos abriram o placar, em belo lance do tão contestado Mayke e finalização perfeita de Raphael Veiga. O Verdão, maduro, soube sofrer. Melhor do que isso, se postou defensivamente de maneira sólida e, mesmo em vacilo de um ou outro, sempre havia companheiro na cobertura. Ora Mayke, outrora Gustavo Gómez. Até Luan, outro que não é unanimidade da torcida, teve atuação digna de elogios.

Abel manteve Piquerez quase como um terceiro zagueiro e ainda fortaleceu o lado esquerdo com Gustavo Scarpa, enquanto Danilo ou Zé Rafael faziam cobertura às investidas de Mayke para cima (ou às costas) de Filipe Luís. Pouco se falou no nome destes meio-campistas do Verdão. Porque a função deles não era ser opção na armação, mas, sim, desempenhar taticamente um sacrifício para que colegas como o próprio Mayke, Raphael Veiga, Rony e Dudu tivessem mais tranquilidade na tentativa de incomodar o Flamengo. Afinal, para o Palmeiras não era interessante apenas se defender, mesmo em vantagem no placar. E quando começaram as substituições, o que se viu foi uma entrega absoluta dos reservas, que mesmo quando o Rubro-Negro empatou (em vacilo de Mayke e infelicidade – ou falha? – de Weverton), conseguiram manter o time lúcido, diferentemente do que se viu contra o mesmo Flamengo na final da Supercopa do Brasil, ou diante do Defensa y Justicia, na decisão da Recopa Sul-Americana. Tanto que, logo no início da prorrogação, a marcação bem encaixada e com linha alta proporcionada por Danilo Barbosa, Rony e Deyverson causou um passe ruim de David Luiz para Andreas Pereira, que se atrapalhou todo; Deyvinho recuperou, finalizou e marcou o gol do título – mais um herói improvável para a galeria, juntando-se a Breno Lopes, Betinho e outros.

Agora fica a dúvida: Abel Ferreira permanecerá à frente do Palmeiras em 2022? Esta perece ser a vontade de todos no Alviverde, sobretudo da nova presidente, Leila Pereira, mas o português não está assim tão convicto disso. Muito em razão da rotina de compromissos do time e do futebol brasileiro, além de toda a pressão, situações que o mantêm longe da família desde que assumiu a equipe, no ano passado. Neste caso, o questionamento vai muito além do dinheiro. É saber que toda pessoa necessita fortalecer seu lado pessoal, estar com a mulher, ver os filhos crescerem. A parte profissional, obviamente, tem importância e o treinador parece viver seu melhor momento. Mas não é tudo. A torcida anseia para que todos os envolvidos cheguem a um acordo. Mas, desde já, obrigado Abel! Pela aula, pela teimosia, pelo profissionalismo e por valorizar a família. Mestre!

PROMESSA CUMPRIDA
Torcedora do ano do Fifa The Best em 2019, a mauaense Silvia Grecco esteve na companhia do filho Nickollas para assistir à final em Montevidéu. Foi a segunda decisão consecutiva de Libertadores que a dupla acompanha do Verdão e deu sorte ao time do coração em ambas – já havia comemorado em janeiro, no Maracanã, no triunfo sobre o Santos. E desta vez, na vitória sobre o Flamengo, comprovaram não só a fama de pés quentes como a matriarca ainda acertou o palpite. Em live do Diário há duas semanas, a secretária da pessoa com deficiência da Capital havia dito que seria 2 a 1 para o Palmeiras. A premonição – ou coincidência – foi além: naquele bate-papo comigo (que está disponível no Facebook do jornal), Silvia confidenciou que quando Deyverson foi à sua casa, no aniversário de Nick, o garoto fez um pedido, o gol de campeão da Libertadores. Promessa mais do que cumprida e nome eternizado na história alviverde.

ARENA ANACLETO CAMPANELLA?
Ontem à tarde, o São Caetano convidou a imprensa para uma confraternização no Estádio Anacleto Campanella, com a presença de dirigentes, comissões técnicas do profissional e base, entre outros. E naquela ‘resenha’ após uma partida entre os profissionais de mídia da região e o pessoal do Azulão, uma especulação que pode sair no papel: a modernização do local, transformando-o numa arena. Por ora, a praça esportiva são-caetanense passa por ajustes para receber a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2022, como manutenção de arquibancadas que estavam interditadas, pintura etc. Mas a ideia da gestão capitaneada pelo presidente Manoel Sabino Neto é realmente fazer com que o tradicional templo futebolístico azulino ganhe um belo upgrade. O São Caetano e a cidade merecem.  




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