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CNBB defende auditoria sobre dívida externa brasileira
02/09/2004 | 23:58
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O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cardeal-arcebispo dom Geraldo Majella Agnelo, defendeu nesta quinta-feira uma auditoria na dívida externa brasileira, velha bandeira das esquerdas do país. Na avaliação de dom Geraldo, considerado um moderado dentro do clero do país, a dependência que o Brasil tem junto ao FMI (Fundo Monetário Internacional) oprime a população, pois “favorece o privilégio do lucro do dinheiro, que a promoção dos pobres”, disse. “Pague o que tem de pagar e se faça uma auditoria. Será muito importante, já que é o povo quem paga essa dívida.” Ele fez os comentários ao lançar na capital baiana a Cartilha Política – Eleições Municipais 2004 para o Nordeste, da CNBB.

Dom Geraldo manifestou satisfação pelos bons números da economia do Brasil, mas acha que ainda “não atingiu o ideal”. Um sintoma disso, conforme o cardeal, é a previsão do novo salário mínimo do Orçamento de 2005, no valor de R$ 281. “É o sinal de que não é hoje, nem no ano que vem que (o ideal) será atingido.” Ele insistiu que o atual governo ainda tem muito a fazer “nos critérios da promoção humana”, que seriam, segundo o cardeal, a educação, a saúde e o trabalho.

Miseráveis – Na cartilha, a CNBB assinala que do total de miseráveis do Brasil, 45% vivem no Nordeste e de cada 100 nordestinos, 39 sobrevivem na pobreza absoluta, citando a Bahia como “o 1º Estado da Federação brasileira campeão do desemprego”.

O documento estimula os eleitores a votar em políticos “honestos, competentes, com a capacidade de intervir ativamente na administração pública e aberto à participação popular”. Ao ser questionado se ainda existia um político com essas características no Brasil, dom Geraldo afirmou que “há políticos bons e conscientes, embora exista também os que desafinem”.

Sobre a condenação que a cartilha faz ao religioso não-católico que se apresenta como “candidato da igreja”, e pede votos aos fiéis, dom Geraldo assinalou que a instituição religiosa é uma “comunhão de pessoas” e não um partido político.

Indagado se o senador Marcelo Crivela, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro, age corretamente ao pedir voto dos adeptos da seita, o presidente da CNBB acha que enquanto religioso ele não está sendo ético. Dom Geraldo admitiu que pouco vê a propaganda política, mas "ouviu falar que ainda há muita mentira" sendo proferida pelos candidatos.




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