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Família de Sto.André troca área de risco por casa própria
Sergio Campos
Do Diário do Grande ABC
17/05/2001 | 21:08
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A Emhap (Empresa Municipal de Habitação Popular) de Santo André entregou nesta quinta, às 9h, as chaves de 20 casas construídas no núcleo habitacional da avenida Áurea, no Jardim Nair Conceição. A iniciativa beneficiou 20 famílias que, até então, moravam em áreas de risco na favela Tamarutaca. A medida faz parte do programa de urbanização da favela, implementado com o objetivo de criar infra-estrutura aos moradores e retirar aqueles que habitam locais impróprios, como encostas e locais sujeitos a deslizamentos.

Segundo a gerente de Desenvolvimento Comunitário do Departamento de Habitação do município, a assistente social Gesina de Oliveira, cada casa custou R$ 10 mil que serão financiados às famílias em prazo de 10 a 20 anos – conforme as condições econômicas de cada uma –, com prestação mensal média de R$ 60. “Entregamos a casa com toda a infra-estrutura necessária, com dois cômodos, um banheiro e quintal. Ao todo, são 30 m²”, disse Gesina.

As casas foram construídas com estrutura para suportar mais dois cômodos na parte superior, que deverão ser construídos pelos próprios moradores. Porém, a construção será supervisionada e orientada pelos engenheiros da Emhap. “É uma forma de oferecer suporte técnico e também garantir as características e segurança das moradias”, afirmou ela.

O papel da Emhap não acaba com a entrega das casas. A partir de agora, haverá acompanhamento social das famílias, que terão de aprender a conviver em regime de condomínio. “Já estabelecemos algumas normas e discutiremos com eles para mudá-las ou acrescentar outras. Porque, na favela, cada um fazia o que queria, mas agora terão de respeitar uns aos outros”, afirmou a assistente social.

Desde quinta, com a entrega das chaves, as famílias já assinaram o contrato e são proprietárias das casas. Porém, só poderão se mudar definitivamente a partir de sábado. “Ainda faltam alguns ajustes finais, principalmente na parte hidráulica, que será resolvido até amanhã (hoje)”, garantiu Gesina.

Famílias – “Agora terei um endereço”, disse a ajudante de cozinha Andrea Cristina Pinheiros, 24 anos, ao receber a chave de sua casa, onde vai morar com o marido, o ajudante de açougue Eduardo Anjos, 33, e o filho Alexandre, 7.

O ajudante Carlos Gonçalves, 34, e sua mulher, a operadora de máquinas Luciene Gonçalves, 34, não esconderam a alegria ao entrar na nova casa pela primeira vez com os dois filhos. “É um sonho realizado. Ter uma casa própria e não precisar mais ter medo de ser retirado a qualquer momento faz desse dia o mais feliz de nossas vidas”, afirmou a Luciene.

Outras 24 casas do núcleo estão em fase final de construção e serão entregues para mais famílias da favela Tamarutaca.




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