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Desempregado economiza na comida para dar educação ao filho
Do Diário OnLine
Com Agências
15/01/2004 | 22:11
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O desempregado elimina gastos com lazer, roupas, calçados e transportes, economiza em alimentos, plano de saúde e na compra de remédios, mas não reduz as despesas com a educação dos filhos, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade de São Paulo.

De acordo com o levantamento, os trabalhadores que perdem seus empregos, e principalmente os que não tiveram uma boa educação, acreditam que seus filhos apenas serão profissionais reconhecidos se estudarem em uma boa escola. Eles se esforçam para oferecer aos seus filhos condições melhores do que as que vivem. A pesquisa mostra o desespero e a angústia destas pessoas em viver em uma cidade onde o desemprego é muito alto.

O primeiro gasto eliminado, de acordo com 86% dos entrevistados, é o lazer. Em ordem de importância, 85% cortam despesas com roupas e calçados e 65% preferem andar a pé e economizar o dinheiro do transporte. As contas da casa são as próximas a serem reduzidas para 60% dos entrevistados. Seguindo os cortes, gastos com alimentação são economizados por 57%, principalmente os supérfluos (balas, doces, bolachas e iogurtes). Seguindo a lista, 48% deixam de pagar planos de saúde e de comprar remédios. Apenas 25% dos entrevistados economizaram ou cortaram despesas escolares.

A pesquisa revela ainda que, a cada três pessoas desempregadas, duas tiveram sua renda familiar reduzida em mais de 50%. A cada 100 famílias, aproximadamente três ficaram sem renda própria com o desemprego de alguém da família. O estudo mostra também que, apesar de evitar o corte de gastos com educação, os cursos extra-curriculares, como inglês e esportes, não foram mantidos. Entre os entrevistados, 29,3% tinham seus filhos exercendo cursos extra-curriculares, e 55% deles foram obrigados a cortar este gasto. Apenas 45% conseguiram arcar com esta despesa, o que representa 13% de todos os entrevistados.

O levantamento mostra que 82,1% dos desempregados entrevistados não mudaram de casa ao perder o emprego. Do restante (15,9%), 57,8% venderam a casa e mudaram para uma alugada menor e mais barata e 29,6% que moravam de aluguel mudaram para um local com o aluguel mais em conta. Os outros 12,4% foram morar com familiares, como pais e irmãos.

O estudo foi realizado com 402 desempregados, entre os dias 1 e 20 de dezembro do ano passado.




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