A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu em abril deste ano o maior índice em 30 meses, com uma redução de 223 mil no número de vagas criadas pelas empresas não-agrícolas. O resultado é o pior registrado desde 1991, o que pode significar uma redução mais drástica nas taxas básicas de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). A contração no mercado de trabalho elevou a taxa de desemprego para 4,5%, o maior nível desde outubro de 1998.

A indústria de apoio e fornecimento ao setor de serviços foi o setor que mais reduziu postos em abril, com retração de 108 mil vagas. O setor manufatureiro foi o segundo que mais enxugou, com corte de 104 mil empregos.

A divulgação do índice chocou o mercado financeiro dos Estados Unidos. Analistas esperavam que 25 mil vagas fossem criadas em abril, o que deixaria a taxa em 4,4% no mês - contra 4,3% em março. O ganho salarial por hora dos trabalhadores americanos subiu 0,35% em abril, um ganho já esperado pelos analistas.

Pouso da águia - O aumento na taxa de desemprego aumenta a desconfiança sobre uma recessão na economia norte-americana, provocando o um áspero “pouso da águia”, temido pelo mercado. O FED reúne-se em 15 de maio para decidir sobre as taxas de juros, atualmente em 4,5%. Com os dados no desemprego, a aposta passa a ser pela redução em até meio ponto na taxa, patamar que só deveria ser atingido em junho.