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Cidades caem, mas qualidade de vida sobe
Do Diário do Grande ABC
03/10/2003 | 22:57
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A qualidade de vida no Grande ABC melhorou na última década. A constatação é fruto do cruzamento de informações dos censos de 1991 e 2000, publicadas no Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. Na região, as sete cidades aumentaram o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), porém, só São Caetano subiu no ranking geral do Brasil. Das três variáveis analisadas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a educação foi a que mais impulsionou o crescimento das cidades.

Diadema foi a cidade que registrou o maior percentual de melhoria na área. De 1991 para 2000, a educação na cidade melhorou 11,93%. Mesmo mantendo essa taxa de crescimento, de 5,9% (índice conseguido na última década), a cidade ainda vai demorar 22 anos e nove meses para atingir o IDH de São Caetano, hoje o mais alto do país.

Segundo estatísticas do Ipea, São Caetano é a cidade da região que mais cresceu de 1991 a 2000, com melhora de 9,1%, seguida de Diadema (5,9%), Rio Grande da Serra (5,1%), Ribeirão Pires (4%), Mauá (3,6%), São Bernardo (3,5%) e Santo André (3,%). Todas melhoraram nas variáveis longevidade e educação. No quesito renda, porém, Rio Grande da Serra e Mauá tiveram queda de 1,2% e 0,4%, respectivamente.

Apesar do crescimento, no ranking nacional, com exceção de São Caetano que saltou do segundo para o primeiro IDH do Brasil, as demais cidades da região despencaram. Em 2000, Santo André e São Bernardo continuam entre as cem melhores em qualidade de vida. Mas caíram 78 e 71 posições, respectivamente. São Bernardo e Ribeirão Pires, que em 1991 apareciam entre as cem, desapareceram do grupo.

A queda, na avaliação do assessor de desenvolvimento sustentável do Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento, José Carlos Libânio, não pode ser considerada significativa. “O fato de as cidades da região não terem melhorado tanto quanto as outras não significa que o Grande ABC esteja crescendo a passos de tartaruga.”

A pesquisadora do Instituto de Pesquisa do Imes (Centro Universitário de São Caetano) Maria do Carmo Romero também concorda que a queda das cidades do ABC no ranking nacional não significa a perda de qualidade de vida. “Também não podemos desconsiderar que estão sendo comparadas as mesmas variáveis para dimensões diferentes, ou seja, municípios populosos com outros de população bem menor. Quanto menos populosos, maior o crescimento.”

Para a pesquisadora, é fundamental considerar ainda que na década de 90 a região enfrentou problemas conjunturais decorrentes do não-crescimento econômico. “A concentração industrial da região é grande e favorece o crescimento de renda, independentemente da sua proporção.” Dados do Imes demonstram que o rendimento médio familiar do ABC – Santo André, São Bernardo e São Caetano – em agosto de 1991 era de R$ 1.431 e, no mesmo período de 2000, de R$ 2.467. Mas esse rendimento já foi muito melhor. Em agosto de 1996, dois anos após o Plano Real, a região teve o maior nível de renda, R$ 2.684.




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