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Ipea: investimento público vai atingir até 3,5% do PIB
30/07/2010 | 07:32
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O diretor de estudos e políticas macroeconômicas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), João Sicsú, afirmou que os investimentos da União, incluindo os realizados pelas estatais federais, devem atingir neste ano entre 3% e 3,5% do PIB. Segundo ele, a aplicação desses recursos vai se aproximar de 5% do PIB se forem incluídos os dispêndios realizados por Estados e municípios. "Sem dúvida esse montante de investimentos públicos deve atingir o maior patamar dos últimos 15 anos. Eles estão relacionados exatamente com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e com empreendimentos da Petrobras", afirmou.

Na avaliação de Sicsú, os investimentos oficiais estão avançando de forma positiva pois, no ano passado, foram inferiores a 2% do PIB. Segundo ele, o avanço da aplicação de recursos em projetos de longo prazo, sobretudo em infraestrutura, está vinculado diretamente à favorável conjuntura econômica brasileira, que apresenta seu "melhor desempenho em 25 anos". "Temos um crescimento vigoroso, com inflação sob controle. Aliás, não há nenhum cenário de alta da inflação preocupante para os próximos seis meses. As contas públicas estão indo muito bem, há queda da dívida pública em relação ao PIB, não temos mais dívida dolarizada e as reservas internacionais estão superiores a US$ 250 bilhões."

Lembrou que o Brasil é credor externo líquido e está na condição inédita de não dever mais para o FMI (Fundo Monetário Internacional ). "Esse momento muito positivo que o Brasil vive está elevando os investimentos de forma expressiva. Desde 2007, a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) está superando o avanço do PIB em duas ou três vezes. É possível que no fim deste ano os investimentos cresçam mais perto de três vezes a alta do PIB".

Segundo a pesquisa sensor econômico, realizada entre maio e junho, entidades produtivas que representam o setor empresarial e sindical passaram a prever que a FBCF deve crescer 15% neste ano, alta em relação à projeção anterior de 13% de incremento para 2010, apontada na pesquisa de março e abril. Questionado se o patamar de investimentos públicos no País não é pequeno em relação à necessidade de ampliação do nível de crescimento do PIB, Sicsú admitiu que há alguns fatores que não permitem que os investimentos avancem com maior rapidez. "Mas isso é um processo. Investimento atrai investimento e não se sai do patamar de 3% do PIB para 18% do dia para a noite", ressaltou.




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