O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), cobrou nesta quinta que o Congresso aprove a "reforma previdenciária negociada com o governo". Um dia depois de atacar a criação da proposta de emenda paralela, temendo que ela coloque em risco a implementação dos subtetos salariais nos Estados com a retirada do capítulo do texto principal da reforma, Aécio disse que acredita que o governo federal está disposto a negociar com as oposições. O governador mineiro relatou que conversou pela manhã com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Na entrevista que deu após visitar o depósito do programa assistencial Minas Solidária, em Contagem, na Região Metropolitana da capital mineira, Aécio disse que o Estado ainda está buscando formas de arregimentar recursos para o pagamento do 13º salário do funcionalismo do Executivo mineiro.

Questionado sobre a declaração do secretário especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, que disse que o ajuste econômico provocou o aumento do trabalho infantil, e se isso poderia desestabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aécio voltou a defender uma oposição responsável por parte do PSDB. Ele, no entanto, apontou "problemas gerenciais graves" na administração petista, destacando o inchaço da máquina federal.

"Eu não torço para que o governo se inviabilize. Agora, o governo tem problemas gerenciais graves", afirmou. "É praticamente impossível administrar o país com, me parece, hoje 36 ministérios e secretarias com status de ministério tratando de questões que, muitas vezes, se confundem. E eu falo com a autoridade de quem fez aqui uma redução de secretarias e que me deu a agilidade nas decisões e nos resultados de governo."