Catherine Deneuve, Isabelle Huppert, Fanny Ardant e Danielle Darrieux são divas incontestáveis e, somados os currículos, estrelaram filmes de Buñuel, Chabrol, Truffaut, Antonioni, Ettore Scola, Max Ophüls etc. Em Oito Mulheres, esse quarteto sobrevoa uma estrutura hierarquicamente (e falsamente) organizada por Ozon: são avós, mães, tias ou patroas das personagens de Ludivine Sagnier (Gotas d’Água em Pedras Escaldantes), Virginie Ledoyen (A Praia) e Firmine Richard (do lelouchiano Une Pour Toutes).
Completa o time Emmanuelle Béart, atriz que merece um aparte das outras tamanho o feitiço guardado por seus contornos e feições – quem assistiu a Missão Impossível ou A Viagem do Capitão Tornado já foi devidamente encantado por mademoiselle Béart.
Juntas, essas oito mulheres envolvem-se na trama de assassinato armada por Ozon. Dentro de uma casa, um homem (Dominique Lamure) aparece esfaqueado. No lugar só havia esse octeto de damas, cada qual com motivos razoáveis para dar fim à vida do sujeito.
Em vez de condicionar-se às convenções de um ou outro gênero (suspense ou drama), Ozon faz uma salada à francesa e traz para seu filme elementos do musical, da comédia e do kitsch, justamente para revelar a verdadeira identidade de suas protagonistas (cheias de máscaras morais e sexuais) e descaracterizar arquétipos femininos de toda cor.
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