Para garantir o apoio dos partidos que integram a base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Palácio do Planalto pretende acelerar, a partir de agora, as nomeações para os cargos de segundo e terceiro escalão das empresas estatais em todo o Brasil.

O objetivo do governo neste momento é garantir no Congresso Nacional a aprovação do pacote econômico lançado para compensar a perda de cerca de R$ 40 bilhões de arrecadação anual da União com o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), imposto derrubado pelo Parlamento e que deixou de existir a partir de 1^o de janeiro.

O pacote inclui o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Os partidos de oposição (PSDB e DEM) contestam este reajuste e já entraram até com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a medida adotada pelo governo.

Por isso, o Planalto sabe que precisará contar com forte apoio da base no Congresso para garantir que o pacote não seja derrubado e a União perca ainda mais arrecadação.

Nesta terça-feira, se reuniram em Brasília justamente para discutir esse assunto o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci.

De acordo com José Múcio, a questão das nomeações estava paralisada porque a CPMF tomou conta de praticamente toda a agenda política nos últimos meses do ano passado. “Agora precisamos retomar a questão dos cargos regionais nos Estados. As demandas estão paradas há mais de 10 meses”, assinalou.