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PSDB filia 65 prefeitos e vice no Estado de olho em Doria

Pacote conta com políticos que gerem cidades de pequena expressão e promessa de aporte

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
16/07/2021 | 00:05
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Nario Barbosa/ DGABC


Em investida estratégica com vistas à empreitada eleitoral de 2022, o diretório paulista do tucanato filiou 65 prefeitos e vice no Estado. Em que pese o volume atraído ao partido, o pacote inclui, sobretudo, políticos de colégios eleitorais de baixa expressão, a exemplo de Rio Grande da Serra (51,4 mil habitantes), gerida por Claudinho da Geladeira – ele era filiado ao Podemos desde o ano passado, quando venceu o páreo, após longo histórico no PT. A movimentação dos gestores se dá sob promessa de investimentos nas suas bases eleitorais.

PSD, PTB e MDB estão entre as siglas mais afetadas com a saída de prefeitos cooptados, e integram lista com locais de até pouco mais de 1.000 moradores. Além de englobar o menor município do Grande ABC, a remessa conta com figuras do Executivo de Dois Córregos (27,5 mil), Cerqueira César (20,1 mil), Ibirarema (7.841), Fernando Prestes (5.794), Ubirajara (4.804), Cardoso (12.349), Luís Antônio (15.292), Riversul (5.443), São Francisco (2.817), Guarani D''Oeste (1.998) e Flora Rica (1.430). Com a medida, o partido registra representação no Paço em 368 dos 645 municípios paulistas.

O ato de assinatura de filiação em bloco no PSDB ocorreu na noite de quarta-feira, na sede do diretório, com a presença do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), recém-filiado à sigla e virtual candidato à sucessão de Doria. A tática reforça o projeto eleitoral do chefe do Palácio dos Bandeirantes, pleiteante ao Planalto em 2022. Ele já sinalizou que vai entrar na prévia interna nacional, marcada para novembro, possivelmente com Tasso Jereissati (senador), Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul) e Arthur Virgílio (ex-senador) na briga. Os novos filiados, no entanto, não poderão participar da votação da militância para escolha do candidato.

Claudinho admitiu que a migração se deu diante do “olhar diferenciado” do governador. Com o cenário, o Grande ABC volta a ter três prefeitos do tucanato. O de Rio Grande se junta no rol a Paulo Serra, de Santo André, e Orlando Morando, de São Bernardo. A lista ainda pode ser ampliada a depender da decisão de recurso do ex-prefeito José Auricchio Júnior, de São Caetano, que registrou maioria dos votos no pleito de 2020, só que viu os sufrágios anulados pela Justiça Eleitoral – por suposta captação irregular de recursos à campanha de 2016. Atualmente, Auricchio apela ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para reverter o quadro desfavorável. Se tiver êxito, o panorama ao PSDB na região ficará semelhante ao configurado em 2016.

Na ocasião, há quase cinco anos, o partido formou o maior grupo de prefeitos na região justamente envolvendo Rio Grande da Serra, com o então tucano Gabriel Maranhão, adversário político de Claudinho. Ele, no entanto, deixou o PSDB diante de processo de desgaste que culminou em sua expulsão sumária. O desligamento aconteceu após apoio declarado de Maranhão ao projeto de Márcio França (PSB) ao governo do Estado, em 2018, que tinha Doria na empreitada. Com a exclusão, Maranhão se filiou ao Cidadania, formalizando fim de ciclo do PSDB na cidade que perdurava sucessivamente desde 2005, a partir do seu antecessor Adler Kiko Teixeira no posto.  




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