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Partidos tentam filiar Gilson Menezes, que espera para decidir
Vinícius Casagrande
Do Diário do Grande ABC
31/05/2003 | 18:48
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A saída do ex-prefeito Gilson Menezes do PSB agitou os bastidores políticos de Diadema. A cada dia surgem novas especulações sobre seu futuro político-partidário. Os dirigentes das principais legendas da cidade se apressam nas articulações para atrair o ex-prefeito. Mas, pelo menos publicamente, Gilson se mantém calado sobre seu destino. Até o momento, disse apenas que vai se filiar a um novo partido para ser candidato a prefeito nas próximas eleições. Mas que legenda seria essa ainda é um segredo. “Ainda não sentei para decidir. O mês de junho é um mês bom”, afirmou.

Na última semana, um novo partido entrou na briga pela filiação de Gilson. O ex-prefeito afirmou que recebeu o telefonema de um líder do PDT do Rio de Janeiro colocando o partido à sua disposição. Gilson não revelou o nome desse líder pedetista, mas afirmou que era um interlocutor do presidente nacional do partido, Leonel Brizola. Apesar de não revelar seu grau de interesse no PDT, o ex-prefeito se mostrou simpático ao convite. “Disse que ia pensar mais uns 10 ou 15 dias. Nem descarto e nem digo que já vou”, afirmou.

A favor do PDT conta uma relação próxima que Gilson já teve com Brizola no passado. Segundo ele, em 1989 Brizola o convidou para ser o seu candidato a vice na eleição presidencial daquele ano. “Tenho alguma relação com ele e sou muito simpático. Em 1989, recebi o convite para ser vice dele, mas como tinha acabado de sair do PT achei, naquele momento, que devia ao Lula e ao PT uma certa lealdade. Sou muito grato àquele convite”, disse.

Mas além do PDT, há ainda muitas outras especulações nos bastidores de Diadema. Uma das teses que ganha força é o possível retorno de Gilson ao PT, partido que ajudou a fundar em 1980. O nome de Gilson está na história da legenda como o primeiro prefeito petista do país. Segundo comentários, seu retorno ao PT teria sido discutido pessoalmente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem que Gilson fez a Brasília.

Em nenhum momento, o ex-prefeito esconde sua admiração pelo PT. No entanto, reforça que algumas questões locais poderiam atrapalhar seu retorno ao partido. “Na vida nada é impossível. Mas é difícil porque tenho uma posição e sou muito duro, mas não é porque acho que a proposta do PT não é boa”, afirmou. “A minha dificuldade para voltar são posições locais que não têm me agradado”, completou.

Há ainda aqueles que acreditam que Gilson pode não se candidatar nas próximas eleições, abrindo caminho para que sua mulher, a vereadora Eliete Menezes (PT), saia como vice na chapa do prefeito José de Filippi Júnior (PT). Essa, no entanto, é uma hipótese menos provável, já que Gilson garante que será candidato a prefeito. Suas pretensões eleitorais seriam também um dos grandes empecilhos para sua volta ao PT.

Outra sigla que poderia ter a volta de Gilson é o PMDB, partido pelo qual foi eleito deputado estadual. Mas, até o momento, ainda não houve um convite formal e as cotações do partido permanecem baixas nos bastidores.

Correndo por fora está o PSB, que ainda sonha em ter o ex-prefeito como seu candidato a prefeito. O partido se reúne na próxima quarta-feira para discutir o assunto. O presidente do diretório municipal, vereador Manoel José da Silva, o Adelson, afirmou que ainda não aceitou a desfiliação. “A carta está guardada dentro da gaveta e trancada a sete chaves”, disse.

Mas as chances do PSB podem ter diminuído ainda mais depois de uma discussão de Adelson com Eliete na última sexta-feira. O presidente do partido chegou, inclusive a criticar o governo Gilson e a reação de fúria da ex-primeira-dama foi imediata.

Os bastidores devem se acalmar somente no final de junho, quando Gilson promete anunciar seu futuro político e definir o quadro para as próximas eleições.




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