Assim como os Estados Unidos, os países vizinhos da Venezuela estão preocupados com a decisão do presidente Hugo Chávez de comprar novas armas, incluindo 100 mil fuzis 'AK-47', disse nesta terça-feira o general Bantz Craddock, chefe do Comando Sul americano. As novas aquisições devem chegar em breve ao país, segundo Chávez.

A decisão de Chávez de comprar as armas e 40 helicópteros militares da Rússia "é perturbadora, e estamos acompanhando de perto", disse Craddock numa audiência da Comissão de Forças Armadas do Senado. "Falamos com os vizinhos da Venezuela na região, e eles agora demonstram uma certa preocupação", afirmou. "Simplesmente não queremos uma corrida armamentista", acrescentou Craddock.

Caso os fuzis Kalashnikov parem nas mãos de guerrilheiros colombianos e de outros grupos armados da região "será algo muito, muito ruim", advertiu o general.

Se os helicópteros "fossem usados para vigiar as áreas não controladas (da Venezuela), seriam muito úteis", ponderou Craddock. "Mas não sabemos se serão utilizados com esse fim", completou.

Chávez também anunciou a compra de aviões 'Tucanos' do Brasil e tem interesse em adquirir caças Mig da Rússia e radares para a proteção do espaço aéreo venezuelano do Brasil ou da China, país que, há pouco tempo, vendeu à Venezuela uniformes militares. No último sábado, Chávez pediu a Deus que "nos salve" do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao comentar suas políticas "imperialistas".

"O presidente dos Estados Unidos, em sua obsessão por ser o dono do mundo, disse que Deus o mandou para salvar o mundo. Deus tem é que nos salvar dele e salvar o mundo da verdadeira ameaça que existe!", afirmou Chávez.