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Com eleições, Bush fortalece sua posição contra o Iraque
Da AFP
06/11/2002 | 18:12
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A vitória republicana nas eleições legislativas desta terça-feira fortalece, segundo analistas americanos, a posição do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em sua cruzada contra o Iraque, tanto para negociar nas Nações Unidas como para lançar uma eventual operação militar.

A vitória que devolveu a maioria no Senado ao partido de Bush acontece quando Washington pressiona a ONU para que aprove uma resolução que reforce as inspeções de desarmamento no Iraque e ameaça uma operação militar contra o país do líder Saddam Hussein.

Bush já pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, depois de um mês e meio de acalorados debates, principalmente com a França e a Rússia, que aprove o projeto de resolução apresentado por Washington.

Nesta quarta-feira, distribuímos um texto revisto que estipula claramente que Saddam Hussein deve se desarmar", disse o porta-voz da Casa Branca Ari Fleischer. "O presidente espera que as Nações Unidas o vote", acrescentou.

Nesta nova versão, o Conselho daria ao Iraque "uma última oportunidade para cumprir com suas obrigações de se desarmar", segundo uma cópia do projeto distribuído à imprensa em Nova York.

Bush já havia obtido uma vitória no mês passado ao conseguir do Congresso, por esmagadora maioria, ampla autoridade para usar a força contra o Iraque se achar necessário.

As eleições desta terça-feira, em cuja campanha Bush ligou a luta antiterrorista ao Iraque, para transformá-la em um de seus principais pilares, dá ao presidente uma maior legitimidade quanto a esse assunto.

"Já havia pouca resistência política no Congresso. Hoje já não há nenhum setor com poder que possa se opor ou resistir à mensagem presidencial", diz Jon Wolfsthal, especialista em política externa da Fundação Carnegie.

Esta eleição "dá maior margem a Bush para negociar na ONU, ou para agir sem as Nações Unidas se achar preciso", acrescenta.

Os analistas acreditam no entanto que a decisão entre uma solução militar ou diplomática do problema iraquiano não está tomada, e que o fortalecimento da autoridade de Bush depois das eleições tanto pode pender para um lado como para o outro.

"Há uma grande probabilidade de que os Estados Unidos se orientem para uma invasão do Iraque", destaca Henry Siegman, do Council on Foreign Relations, um centro de análises itnerancionais de Nova York.

Apesar disso, "Washington parece receptivo à hipótese de que Bagdá se adapte o suficiente às condições impostas pela ONU para que torne difícil uma opção militar", em conseqüência "uma invasão não seria inevitável", afirma.




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