No Dia Mundial de Combate ao Câncer, Casa Ronald Mc Donald ABC alerta que a doença não parou com a Covid-19
Há mais de um ano o mundo enfrenta a pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 340 mil pessoas apenas no Brasil e tem sido o foco da atenção das autoridades de saúde. Mas, no Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado nesta quinta-feira (8), a Casa Ronald McDonald ABC, localizada na Avenida Príncipe de Gales, em Santo André, chama a atenção para a doença e as necessidades da ONG (Organização Não Governamental) que continua funcionando normalmente, oferecendo hospedagem, transporte e alimentação para crianças e adolescentes que realizam tratamento contra o câncer infantojuvenil na rede de saúde do Grande ABC.
Segundo Rosemeiri Donisete da Silva, supervisora da casa, as doações que ajudam a manter a qualidade no conforto e a oferta de alimentação balanceada, com alimentos ricos em nutrientes como frutas, verduras, legumes e proteínas, tão necessários para quem enfrenta tratamento, caíram em média 60% desde o início da pandemia. "A maior dificuldade das pessoas é entender que as necessidades não param. Isso tem dificultado bastante o nosso trabalho. Precisamos oferecer o maior conforto possível para nossos hóspedes mesmo diante destes problemas. O câncer não parou", afirmou.
Somado a isso, o Mc Dia Feliz, evento realizado anualmente e que reverte o valor arrecado com lanches para as Casas (são sete ao todo) precisou ter a data alterada em 2020 e isso prejudicou o sucesso do evento. "A procura dos tickets foi menor, as empresas compraram menos por conta das demissões e no dia muitos restaurantes só funcionaram no sistema drive-thru", afirmou. Ainda assim o local tem se reinventado para tentar suprir as necessidades e buscado doadores com eventos on-line e drive-thru com vendas de refeições, por exemplo, para arrecadação de dinheiro, mas Rosemeiri alerta que isso ainda não é o suficiente.
Além disso, o isolamento e a necessidade de distanciamento, ainda mais importantes para quem está com o sistema imunológico suprimido devido ao tratamento, levantou outra questão: a necessidade de um espaço de convivência. A supervisora conta que no início da pandemia, em março do ano passado, desenhos e lápis de cor eram suficientes para entreter as crianças. Agora, depois de todo esse tempo, a diversão tem sido um videogame utilizado pelos hóspedes de forma escalonada e horário agendado, mas que em breve deixará de ser novidade e já não será o suficiente para ocupar tanto tempo livre . "Temos que mantê-los cada um em seu quarto porque não temos um quintal. Antes nós podíamos levá-los ao shopping, para um passeio ao ar livre, mas, com tudo fechado, não temos mais essa opção. Precisamos de um espaço de convivência. Tenho o projeto, mas precisamos de recursos e mão de obra", acrescentou.
O local, que tem capacidade para até 23 pacientes, mas atualmente abriga 14 por conta da dificuldade de locomoção de outros locais do País para a região, também foi adaptado para oferecer a maior segurança possível para os hóspedes e cumpre todas as exigências sanitárias, como álcool em gel espalhados pelos cômodos e obrigatoriedade no uso máscaras.
Além disso, a ONG criou sistema de isolamento sempre que algum paciente ou funcionário apresenta sintomas da Covid-19 para evitar um surto interno. Nelson Tadeu, presidente da instituição, ressaltou também a parceria com a Faculdade de Medicina do ABC, que oferece à ONG exames para detecção do vírus. Sempre que há suspeita de que alguém foi contaminado, a pessoa e todos os demais hóspedes permanecem em isolamento total pelo período de 14 dias.
Com o risco de contaminação iminente, uma vez que não se sabe de onde vem o vírus, a instituição vem tentando, por meio de ofício enviado à Secretaria de Saúde de Santo André, que os funcionários do local sejam vacinados contra a Covid-19. A justificativa para a solicitação é garantir que a casa permaneça funcionando de forma adequada, uma vez que a contaminação de vários colaboradores de forma simultânea poderia obrigar o fechamento temporário do local.
Apesar dos tempos difíceis, Tadeu afirma também que neste dia tão emblemático no combate ao câncer, há o que comemorar. "Não é período de celebração por tudo que estamos vivendo, mas podemos comemorar que o índice de cura do câncer, na região sudeste, por exemplo, saltou de 40% para 70% a 80% nos grandes centros nos últimos 10 anos", afirmou.
Quem tiver interesse em contribuir com a Ronald McDonald ABC pode entrar em contato com a ONG pelo telefone 4433-4490, pelo site www.casaronaldabc.org.br ou pelas redes sociais (@casaronaldabc).
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