Economia Titulo Mercado automotivo
Exportação de pesados faz produção de veículos crescer 5,5%

Apesar da melhora em março, setor ainda enfrenta falta de peças e redução nas vendas

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
07/04/2021 | 13:21
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Divulgação


 Com 200.340 unidades saindo das fábricas, março foi o melhor mês de produção de veículos no País neste ano. Graças à exportação de caminhões e ônibus, houve alta de 5,5% em comparação ao mesmo período de 2020, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgados nesta quarta-feira (7). No trimestre, o incremento foi de 2% após a fabricação de 597.773 automóveis, comerciais leves e pesados. Entretanto, o setor ainda enfrenta dificuldades impostas pela pandemia, tais como a falta de peças e a queda nas vendas.

Frente março do ano passado, a produção de caminhões cresceu 48,4%, totalizando 12.472 unidades, das quais 1.948 foram exportadas – 101% mais do que há um ano. Em relação aos ônibus, que somaram 2.150 no período, a alta foi de 7,9% na fabricação e, após o envio de 372 veículos ao exterior, o aumento de envios a outros países foi de 67,6%. Ao mesmo tempo, 34.462 veículos leves foram exportados, 16,8% mais do que em 2020.

Antônio Jorge Martins, coordenador de cursos de média e longa duração da área automotiva da FGV, explica que o mercado interno, sobretudo em setores como o agronegócio e a mineração, está investindo em infraestrutura, incrementando a venda de caminhões. Tanto que o emplacamento desta categoria no País cresceu 65,8% no mês, conforme a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulgou ontem.

Ao mesmo tempo, a desvalorização do real frente ao dólar, que encerrou cotado a R$ 5,59 ontem, impulsiona a exportação de veículos. “(A produção de pesados) É uma forma das empresas compensarem o consumo baixo (de automóveis) por parte das famílias”, assinala Martins. No entanto, tanto ele quanto a Anfavea acreditam que a tendência é de retração no próximo trimestre, uma vez que a pandemia segue avançando no País, enquanto as medidas de combate, como a vacinação, engatinham.

Além da questão sanitária, as montadoras enfrentam a falta de peças, o que levou a paralisação de diversas fábricas. Na região, a Volkswagen, a Toyota, a Scania e a Mercedes, todas em São Bernardo, anunciaram paralisação da produção no fim de março. “Temos alguns gargalos na produção, sobretudo de componentes eletrônicos, um problema global sobre o qual não temos controle e que deve perdurar ao longo do ano”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. Caso de semicondutores, chips utilizados na parte digital dos veículos, exemplifica Martins, da FGV.

Outro obstáculo é a redução nas vendas. Embora março tenha tido acréscimo de 15,8% nos emplacamentos, houve redução de 5,39% no trimestre, segundo a Fenabrave. Além da redução nas vendas de automóveis (-11,11%), a comercialização de ônibus (-19,68%) também caiu. “As restrições de circulação e cancelamento de viagens continuam afetando as empresas do setor (rodoviário)”, avalia Alarico Assumpção Júnior, presidente da entidade.




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