O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afastou os rumores sobre a queda de Maurício Soares (PT), secretário de Governo e homem-forte na Prefeitura. Marinho garantiu que o ex-prefeito por três mandatos é fundamental para sua administração e que os boatos sobre a troca da articulação foram fomentadas por "mentes criativas e destrutivas". O chefe do Executivo, porém, não descartou o afastamento temporário de Maurício por problemas de saúde.

O articulador político do Paço, de 72 anos, sofre de diabetes e problemas na coluna. Na sessão de quarta-feira, deixou o Teatro Cacilda Becker poucos minutos após aparecer nos trabalhos legislativos. A assessoria de Maurício informou que sintomas do diabetes motivaram o político a descansar.

Marinho revelou que conversou com Maurício na terça-feira sobre o estado de saúde de seu secretário de Governo. E que ele cogitou deixar a Pasta para se tratar clinicamente. "Se pedir afastamento, evidentemente tem direito disso. Ele levantou essa possibilidade e eu falei que poderia fazer conforme a conveniência. Se achar que convém se afastar, faz isso", comentou o petista.

As especulações sobre a saída de Maurício do governo se acentuaram na terça-feira. Durante reunião tradicional feita com os vereadores para discutir os assuntos da sessão, o petista debateu com alguns parlamentares. O homem-forte do Paço criticou a proposta da Câmara de realizar audiências públicas em quatro bairros da cidade para colher emendas ao Orçamento de 2012.

Ontem pela manhã, o prefeito se reuniu com vereadores da bancada do PT para colocar panos quentes no assunto. Ele assegurou aos parlamentares que Maurício continuaria como articulador político da Prefeitura e ressaltou a importância do ex-prefeito para o projeto de reeleição em 2012.

O ex-chefe do Executivo se mostrou fundamental para que Marinho garantisse a governabilidade no Legislativo, principalmente a atrair partidos que tinham histórico de aliança com o deputado federal William Dib (PSDB)

A avaliação de Marinho é que Maurício é peça-chave na conquista da manutenção do mandato. Em 2007, quando anunciou saída do ninho tucano, o ex-prefeito provocou cisão no bloco de apoio ao então candidato do PSDB, Orlando Morando.