O cenário eleitoral desenhado em Mauá ganha contornos para deixar a disputa de 2012 mais emocionante. Para combater a polarização entre o prefeito, Oswaldo Dias (PT), que buscará a reeleição, e a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), os ex-prefeituráveis Chiquinho do Zaíra (PTdoB) e Paulo Bio (PV), além do vereador Irmão Ozelito (PTB), se unem para consolidar terceira via com chances de desbancar os tidos favoritos.

A oposição seguia fragmentada em seis pré-candidaturas ao Paço. Com a união, os vereadores Edimar da Reciclagem (PSDB) e Atila Jacomussi (PPS) ficam condenados a formar chapas com quadros de menor expressão. A saída poderá ser a união da dupla para a formação de quinteto, o que foi cogitado no almoço do trio ontem, em Santo André.

"Há consenso de que a terceira via unificada ganha a eleição", disse Chiquinho. "Esta união (dos três) é um salto grande no projeto (de governar Mauá) e encontraremos a melhor maneira de compor isso". A definição de quem será o candidato a prefeito e o vice se dará somente em 2012.

Paulo Bio, ao exaltar o acordo, combateu o comando da cidade nos últimos 30 anos. "O PT e a família Damo possuem projetos antagônicos ao nosso, que é de renovação. Não é nada pessoal, mas será que o Oswaldo é tão bom assim (tentará o quarto mandato). É o (Muamar) Kadhafi de Mauá? Vai se eternizar no poder?"

Chiquinho e Bio formaram chapa (encabeçada pelo primeiro) ao Executivo em 2008, perdendo para Oswaldo no segundo turno. A aposta é que Ozelito carregue os votos necessários para vencer a eleição. "Nossos projetos são semelhantes. Nos unimos porque sozinho não é possível vencer", concluiu o vereador.

A formação do grupo é avaliada por seus integrantes como algo indigesto a ser engolido pelos até então favoritos na disputa. Os três consideram que Oswaldo e Vanessa se escolheram como adversários a serem batidos, o que abre espaço para que o novo bloco se consolide e vença a eleição.

"Há duas vias consolidadas: O PT e a Vanessa, que é como se fosse o Leonel (Damo, ex-prefeito)", reconhece Chiquinho, que foi secretário de Governo na gestão do pai da deputada. "Não tenho o que falar do Leonel. Mas, para administrar a cidade, é preciso mudar. E novidade, além de quem está aqui, é o Atila e o Edimar", frisou, ressaltando que a chapa majoritária está aberta aos vereadores.

Chiquinho ostenta seis derrotas consecutivas em eleições (três para prefeito e três para deputado), mas disfarça a preocupação em ter de atrair empresas para financiar sua campanha, caso seja o escolhido do grupo - comenta-se que a classe empresarial está receosa em apostar novamente no político diante dos revezes. "Até o Lula perdeu. Se não apoiarem, o que é que tem? Vamos gastar sola de sapato."