Política Titulo Apuração
CPI dos Palhaços entra na reta final sem investigação

Governistas pretendem elaborar relatório decisivo na quinta-feira

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/11/2011 | 07:43
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A CPI dos Palhaços, instaurada na Câmara de Santo André, entra na reta final sem a devida apuração de eventuais irregularidades na contratação, sem licitação, realizada pela administração Aidan Ravin (PTB) da empresa Produz Eventos e Produções Artísticas. A reunião de ontem, a portas fechadas, cerceando a imprensa de acompanhar a sessão, deve ter sido a última para protocolo de requerimentos de informação.

Caso não seja averiguada nenhuma anormalidade na percepção dos quatro governistas entre os cinco integrantes da CPI, o grupo irá elaborar relatório final já na quinta-feira, data do próximo encontro, apontando a isenção de dolo nos 17 convênios firmados pelo secretário de Cultura, Edson Salvo Melo.

O presidente da comissão, vereador Marcos Cortez (PSDB), aguarda a resposta de três pedidos feitos ontem para acelerar o processo. "Se não houver disparidade nos valores ou diferenças gritantes nos contratos, não vamos convocar ninguém (para prestar depoimento)", afirmou o tucano. "Somente se encontrarmos indício de algo errado é que tomaremos esse tipo de atitude. As solicitações de hoje (ontem) praticamente finalizam os questionamentos. Após análise nos documentos, iremos propor a execução do relatório."

A comissão requereu parecer por parte do Ecad - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, entidade que rege a classe artística, para avaliar o custo de alguns artistas contratados pela Produz considerados polêmicos. "Requerimento visa buscar cotação em relação ao preço de mercado, a ser apreciada pela Ecad, para analisarmos se há superfaturamento, além de confrontar com as contratações da gestão passada (João Avamileno - PT)", ponderou Marcos.

Outra solicitação, proposta pelo vereador Tiago Nogueira (PT), único oposicionista na comissão, visa saber as razões da sublocação dos serviços prestados. "Queremos explicações referentes à exclusividade de artista que a Produz alega ter. Eles (empresa) justificam exclusividade, porém, sublocam outra empresa para realizar a contratação de artistas. Por que não contrata direto? Serve só de intermediária. É dano ao erário", disparou o petista.

Para Tiago, os governistas estão fazendo malabarismo para criar suposta tese de que não há ilegalidade. "Pedi cópia dos cheques da Produz, que daria o fluxo do dinheiro, rejeitaram. Pedi depoimentos, negaram. Eles fazem requerimentos sem peso, ou poder de apuração, para produzir manobra."

A celeridade no processo nos últimos dias, no meio político, é entendida como forma de finalizar qualquer investigação antes do recesso. Diante do cenário, a CPI, teoricamente, não traria desgaste eleitoral para Aidan.




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