O procurador-geral de Justiça dos Estados Unidos, John Ashcroft, anunciou nesta segunda-feira a prisão de um suspeito de terrorismo que planejava atacar o país detonando uma 'bomba suja' — artefato feito com material radioativo. A chamada bomba suja provoca uma explosão convencional, mas pode matar vítimas em uma área próxima e espalhar material tóxico a humanos, causando mortes e ferimentos em massa.

De acordo com Ashcroft, o cidadão americano Abdullah Al Mujahir, também conhecido como José Padilla, foi preso no dia 8 de maio quando chegou ao aeroporto de O'Hare, em Chicago, em um vôo proveniente do Paquistão. Apesar de americano, o prisioneiro será tratado como “inimigo combatente”, o que lhe dá menos direitos. Mujahir foi levado para uma base naval na Carolina do Sul, sob custódia do Departamento de Defesa.

Segundo uma autoridade ouvida pela rede de TV americana CNN, o alvo do ataque seria Washington e Mujahir estaria em uma missão de reconhecimento. O homem também teria ligações com o grupo Al Qaeda, liderado pelo saudita Osama Bin Laden, responsabilizado pelos ataques de 11 de setembro contra o World Trade Center e o Pentágono.

Ashcroft, que está em Moscou, afirmou que o governo dos EUA tinha "múltiplas, independentes e confirmadas fontes" de que Al Mujahir era associado próximo da Al Qaeda e estava "envolvido no planejamento de ataques terroristas futuros nos Estados Unidos a americanos civis inocentes".

Segundo o procurador, após uma temporada na prisão no início dos anos 1990, Padilla mudou seu nome para Abdullah al Mujahir. Ao deixar as celas, ele viajou ao Afeganistão e ao Paquistão por diversas vezes em 2001, se reunindo com líderes do alto escalão da Al Qaeda.

O procurador-geral dos EUA afirmou que o país continua em alerta sobre possíveis novos ataques ao país. "Para nossos inimigos, eu digo que vamos continuar vigilantes contra qualquer ameaça, independente se venha de outros países ou da própria América", declarou.

Ao comentar a prisão do terrorista, o presidente George W. Bush disse que só foi possível tirar mais um terrorista das ruas graças a uma ação conjunta das agências de inteligência e das forças de segurança do país.