Para levar o Santo André às semifinais do Campeonato Paulista, toda ajuda é benvinda pelos jogadores andreenses. E nos últimos jogos em casa, contra Portuguesa e Botafogo, o tão criticado gramado do Estádio Bruno Daniel tem jogado a favor e foi elogiado, diferentemente do que ocorreu no início da competição.

As obras começaram na segunda quinzena de dezembro e seguiram até dias antes da estreia do time em casa no Paulista. Da segunda à quarta rodada, o Ramalhão teve sequência no Bruno contra São Caetano, Oeste e Paulista. Nos dois primeiros empatou, e culpou o gramado pesado e encharcado pelos resultados. Diante do Paulista, a vitória ocorreu com o campo mais seco.

"Enfrentamos dificuldades no começo porque temos um time leve e estava difícil jogar. Essa melhora só tende a ajudar e a gente fica mais tranquilo em saber que não terá mais dificuldade em casa", disse o meia Bruno César.

"Se for comparar agora com o começo do campeonato, melhorou 1.000%. A situação é outra. Só o gol que ainda precisa melhorar", destacou o goleiro e capitão Júlio César.

De acordo com o administrador do estádio, Ronaldo Musial, as condições ainda não são perfeitas, mas estão perto disso. "Não está 100%, está 90%. Se as chuvas de março não estragarem o trabalho, em abril estará tudo certo."

Para o diretor técnico da World Sports, empresa responsável pelo gramado, Fábio Câmara, deram trabalho, mas as reformas estão dando resultado. "Geralmente quando fazemos o replante da grama, fica em torno de 150 m². No Bruno foram 800 m². Foi um trabalho bem extenso porque aquela grama não tinha condição. Fizemos a descompactação, aeração, adubação, colocamos estimulantes para acelerar o crescimento da grama e drenos próximos aos bancos, que eram locais onde a água empoçava", explicou.

Passados os três primeiros jogos em casa, segundo Ronaldo, a maior parte do trabalho teve de ser refeito. "Aquelas chuvas danificaram a reforma que havia sido feita. Então fizemos obras emergenciais em 80% do campo para recuperar o gramado em pouco tempo. Para isso, utilizamos produtos de última linha e tecnologia de ponta", afirmou.

A solução para manter o gramado em plenas condições de uso, segundo Câmara, é restringir os treinos do Santo André no local. "Conciliar o uso é importante. Com a redução de uso tivemos mais tempo para a grama se formar e consolidar. No ano passado, as fortes chuvas, os treinos e os jogos com gramado encharcado prejudicaram tudo. Parabenizo o clube e a Prefeitura pelo esforço em buscar outros campos para trabalhar", afirmou.

A parceria entre World Sports e Prefeitura de Santo André já dura cinco anos e a previsão é de que permaneça por mais tempo, mas ampliando a atuação da empresa no Bruno Daniel. "Não existe problema crônico no gramado. Mas é que as atividades de descompactação e aeração não estava sendo feitas como deveriam em razão do contrato ser mais simples. A Prefeitura entende que é necessário melhorar essa parte e, com a gente podendo fazer o serviço completo, não ocorrerão mais problemas. Vai atingir (o gramado) o mesmo padrão da Vila Belmiro e do Pacaembu", concluiu Câmara.