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FMI saúda progressos da Turquia e adverte contra o populismo
Das Agências
18/03/2002 | 17:29
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) comemorou nesta segunda-feira os progressos registrados pela Turquia para sair da crise econômica, mas advertiu contra as políticas populistas, que podem provocar o bloqueio de um novo acordo de empréstimos.

"De forma geral, os progressos são bons nas reformas estruturais (lançadas pelo governo turco). Temos observado passos animadores", declarou o responsável do Fundo para a Turquia, Juha Kahkonen, em entrevista à imprensa ao final de uma missão de avaliação de duas semanas na Turquia.

A missão deveria em princípio dar luz verde a um primeiro crédito de US$ 1,1 bilhão, de um pacote total de US$ 16 bilhões ao longo de três anos, prometidos pelo FMI à Turquia no começo de fevereiro.

Kahkonen mostrou-se satisfeito com a determinação do governo turco em respeitar seus compromisos com o Fundo.

O responsável advertiu no entanto que subsistem os "desafios". Ele disse ainda que o programa pode 'descarrilar' se as autoridades optarem por "medidas a curto prazo" para alcançar objetivos a meio prazo.

Kahkonen destacou que o governo de Ancara deverá dar "passos adicionais" para obter no começo de abril a primeira parte do crédito.

Kahkonen explicou que isto consiste em reduzir o pessoal das entidades públicas em dois terços, até finais de outubro, e em adotar no Parlamento uma lei sobre gestão da dívida pública.

A libra turca sofreu importante desvalorização no ano passado e o governo se comprometeu a aplicar uma política de rigor orçamentário de restituição do setor bancário para que a economia se recupere.

Em resposta a uma pergunta sobre uma possível extensão ao Iraque da campanha antiterrorista norte-americana, Kahkonen indicou que se algo deste tipo acontecer, a "melhor saída" para Ancara será dar garantias aos mercados de que respeitará o programa fechado com o Fundo.

Segundo o programa, a Turquia se compromete a reduzir a inflação crônica e o déficit público, a dar impulso a um crescimento duradouro e a reestruturar seu sistema bancário, origem da crise de fevereiro de 2001.

O objetivo do governo para 2002 é de reduzir a alta dos preços de consumo a 35% (73,2% em 2001), 20% em 2003 e 12% em 2004.

O programa espera um crescimento de 3% para este ano.




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