Em duelo disputado no Estádio Engenhão, ontem, no Rio de Janeiro, o Botafogo estreou com vitória sobre o São Paulo, por 4 a 2, pela primeira rodada do Brasileiro. Depois de sair atrás, a equipe carioca virou no segundo tempo com a presença fundamental do atacante argentino Herrera, que entrou no intervalo, no lugar do uruguaio Loco Abreu, e fez três gols.

O primeiro chute a gol do jogo foi do Botafogo, de Vitor Júnior, que arriscou para fácil defesa de Denis. O São Paulo respondeu aos sete, em arrancada de Luis Fabiano que entrou na área, mas foi travado. Um minuto depois, a equipe carioca teve o primeiro lance de perigo com Vitor Júnior, que arrancou em contra-ataque e chutou raspando a trave.

O São Paulo respondia com lances rápidos. Em um deles, Lucas depois de driblar o meia Renato, tocou para Jadson, que chutou para abrir o placar aos 11 minutos.

A partida seguiu sem grandes lances, até que o São Paulo voltou a assustar aos 26, com bela troca de passes entre Jadson e o lateral Cortez. O ex-botafoguense entrou na área e chutou perto. O Botafogo tentava a igualdade, mas foi o São Paulo que teve o último momento de perigo da primeira etapa. Aos 45, Cícero cruzou para Lucas, que cabeceou exigindo defesa de Jefferson.

No segundo tempo, o Botafogo voltou mais ousado. Aos quatro, conseguiu o empate com Herrera, de cabeça. Aos oito, os cariocas voltaram a levar perigo, após Herrera chutar forte para o gol, Denis espalmou e na sobra Márcio Azevedo quase completou.

Aos 15, Luis Fabiano deixou sua marca. Ele recebeu cruzamento de Jadson e cabeceou para o fundo das redes: 2 a 1.

Aos 20 minutos, Paulo Miranda, envolvido em recente polêmica entre a diretoria do São Paulo e o técnico Emerson Leão, fez pênalti em cima de Herrera. Ele mesmo cobrou e deixou tudo igual.

O jogo era eletrizante e o Botafogo virou aos 27, depois de falta cobrada por Vitor Júnior. A bola desviou em Cícero e enganou Denis. Aos 32 minutos, Maicon perdeu de maneira bisonha na intermediária para Fellype Gabriel e a bola sobrou para Herrera marcar.

Com 4 a 2, o Botafogo administrou o jogo, enquanto a torcida festejava. O São Paulo, por sua vez, não teve forças para empatar.

Leão critica atuação apática da equipe

Em crise com a diretoria, o técnico Emerson Leão mediu as palavras no momento de analisar a derrota (4 a 2) para o Botafogo, ontem, no Engenhão. Mesmo assim, o treinador não poupou críticas e foi contundente ao analisar o desempenho do time.

"É difícil digerir um resultado assim quando você tem absoluta certeza que o adversário é inferior a você", disparou o treinador.

O que mais deixou Leão chateado foi o vacilo do time, que podia ter matado a partida quando vencia por 2 a 1. "Parece que existe um excesso de zelo, uma necessidade de se ter assinatura nos gols que está nos custando caro. Às vezes o grande artista não assina os quadros, pois sabe que não precisa assinar. Como disse antes, nós puxamos a derrota, e ela veio", esbravejou.

Sem falar nomes, o treinador ameaçou mudar o time. "Se existe uma repetição de erros, tentamos corrigir. Às vezes você não consegue corrigir com as mesmas pessoas. Alertamos, mas se o alerta não adianta, você tem que buscar alternativas", finalizou.

Herói do dia divide méritos e esnoba programa de TV

Herói da partida de ontem, no Engenhão, o atacante argentino Herrera mostrou humildade ao analisar a atuação perfeita contra o São Paulo - ele entrou no intervalo, no lugar de Loco Abreu, e marcou três gols na vitória por 4 a 2.

"Simplesmente entrei e tentei ajudar a equipe. Todos foram importantes para essa vitória. Sempre procuro jogar dessa maneira. É assim desde que cheguei ao Brasil. Desejo vencer sempre. Às vezes, as coisas dão certo, outras não", ressaltou o argentino.

O atacante evitou entrar na euforia dos torcedores, que passaram a vislumbrar futuro melhor. "O campeonato será equilibrado. É importante não perder chances. O São Paulo tem grandes jogadores. Tivemos que trabalhar e mostrar concentração para virar. Conseguimos o objetivo apesar dos momentos difíceis."

Cercado ao descer para os vestiários, o argentino esnobou a produção do Fantástico, da Rede Globo, que queria que o atacante pedisse uma música para tocar durante a exibição de seus gols. "Música para quê? Não quero pedir nenhuma música não."