A crise do crédito imobiliário dos Estados Unidos não afetou o desempenho da construção civil brasileira e a perspectiva dos empresários do setor, de acordo com informações contidas na 32ª Sondagem da Construção, realizada em agosto pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de SP) em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
 
O otimismo dos empresários fica claro nos indicadores de desempenho corrente que, refletindo o crescimento do setor, ficou acima dos 50 pontos (patamar a partir do qual a percepção é favorável) pela primeira vez desde o início da Sondagem. O aumento de 8,3% desse indicador, na comparação com a pesquisa anterior, realizada em maio, foi fruto principalmente do impressionante crescimento de 38,6% na percepção de faturamento das empresas nos últimos meses.

A Sondagem de agosto apontou uma ligeira preocupação com aumento de custos e eventuais futuras dificuldades financeiras. Tanto o crescimento das contratações quanto o aumento da remuneração do trabalhador influenciaram a perspectiva de custos dos empresários em agosto. O indicador de custos da construção, por exemplo, apresentou crescimento de 1,6%. Tratou-se do primeiro aumento depois de 12 meses, motivado pelos reajustes salariais decorrentes dos acordos coletivos firmados no primeiro semestre. Mesmo assim, considerado o acumulado em um ano, o indicador ainda registra queda de 4,7%.

Outro fator de pressão sobre os custos da construção foi o aumento de 7% na programação de gastos com mão-de-obra, sobretudo porque parte das empresas, neste momento de aceleração dos negócios, tem apresentado uma grande procura por trabalhadores. Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, o pessoal ocupado na construção cresceu quase 7% desde o início do ano e mais de 16% em 12 meses, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, referente a julho.