Economia Titulo
Tributo onera produção
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
26/08/2006 | 19:52
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A carga tributária é, indiscutivelmente, um fantasma que assombra a indústria automotiva do país. Peso que também inibe investimentos e emperra um saudável avanço do setor. A conta é simples. Hoje, 30,4% do valor carro, em média, vai para os cofres do governo. Isso mostra que o líder de mercado da Volkswagen, o Gol – oferecido nas concessionárias por R$ 25.350 (modelo City 1.0) – valeria R$ 17.643,60. O exemplo leva em conta apenas os impostos que incidem diretamente no custo final do veículo. Não considera tributos embutidos, por exemplo, em frete ou documentação.

A mordida coloca o Brasil no topo do ranking mundial dos países que mais cobram impostos sobre produtos industrializados. Se a Volkswagen vendesse o mesmo Gol citado como exemplo no mercado norte-americano – onde os impostos respondem por 6,1% do valor final – o carro custaria R$ 18.703.

E não é preciso comparar o Brasil aos Estados Unidos para concluir que a cobrança ultrapassa todos os limites de um mercado a cada dia mais concorrido. Na Itália, a carga tributária é de 16,7% do preço ao consumidor. Em seguida, entre as nações com indústria automotiva consolidada, aparecem França (16,4%), Reino Unido (14,9%), Espanha e Alemanha (13,8%) e Japão (9,1%).

O diretor da Consultoria CSM Worldwide, Paulo Cardamone, define como “absurda” a carga tributária do país. “Ninguém agüenta mais. O governo é, sim, responsável por essa crise”, afirma. “Em vez de emprestar dinheiro às montadoras, é preciso cortar impostos. A arrecadação vai até aumentar”, completa.




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