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Tanques do Exército atacam cidade da Síria
01/08/2011 | 09:16
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As forças de segurança sírias bombardearam a cidade de Hama pelo segundo dia consecutivo com o objetivo de esmagar os manifestantes contrários ao governo do presidente Bashar Assad. Menos de 24 horas depois de os ataques do governo terem deixado pelo menos 70 mortos, tropas apoiadas por tanques tentaram novamente subjugar Hama, centro da revolta contra o comando da família Assad.

Omar Hamawi, ativista morador de Hama, disse que os tanques abriram fogo no início da manhã desta segunda-feira após uma noite de disparos esporádicos. O ativista Mustafa Osso confirmou a informação de que Hama foi atacada. Ainda não há informações sobre mortos e feridos.

Rami Abdul-Rahman, presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, afirmou que ocorreram intensos disparos na cidade de Deir el-Zour, região leste do país, durante a noite. O aumento da repressão do governo parece ter como objetivo evitar que os protestos se estendam pelo mês sagrado do Ramadã, que começou nesta segunda-feira.

Os muçulmanos vão para as mesquitas durante o Ramadã para orações noturnas, após interromperem o jejum, que vai do amanhecer até o cair da noite. Essas reuniões podem dar início a protestos intensos no país de maioria sunita. Ativistas dizem que as autoridades querem impedir que isso aconteça.

Mais de 1.600 civis foram mortos durante a repressão aos protestos contra o regime de Assad desde o início do levante em meados de março. Mas o governo contesta esses dados e responsabiliza uma conspiração estrangeira pelos protestos, afirmando que religiosos extremistas - e não pessoas que querem reformas - estão por trás das manifestações.

O pior ataque de domingo aconteceu em Hama, cenário de um massacre em 1982 ordenado pelo pai de Assad e seu antecessor. A cidade tem um histórico de desafio aos 40 anos do domínio da família Assad. Os hospitais ficaram lotados com feridos graves, o que indica que o número de mortos deve subir bastante, disseram testemunhas.

Osso disse que 120 pessoas foram mortas em Hama apenas no domingo, mas Abdul-Rahman disse que foram 52 mortes. As informações não podem ser apuradas de forma independente porque a Síria proibiu o trabalho da mídia estrangeira e limita a cobertura dos meios de comunicação locais.

Em 1982, o pai de Assad, Hafez, ordenou que o Exército acabasse com uma rebelião de integrantes sírios da conservadora Irmandade Muçulmana. A cidade foi isolada e bombas arrasaram partes da cidade, matando entre 10 mil e 25 mil pessoas, segundo grupos de direitos humanos. O número verdadeiros nunca foi determinado. Na época, como agora, os repórteres não tiveram permissão para ir até o local. As informações são da Associated Press.




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