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Curso superior em Diadema pode ser realidade
José Carlos Pegorim
Da Redaçao
03/07/1999 | 16:39
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O projeto para implementaçao de um curso superior em Diadema nas instalaçoes do antigo Hospital Psiquiátrico do Eldorado já está nas maos do prefeito Gilson Menezes. O estudo, elaborado pela Comissao Especial da Câmara e da Prefeitura, criada para estudar o aproveitamento da área, vai agora para análise no Departamento Jurídico e deverá chegar à Câmara na forma de projeto de lei em agosto, depois do recesso parlamentar.

O prédio de quatro pavimentos ocupa um terreno de cerca de 10 mil m² e abriga atualmente a Secretaria de Saúde. Além da futura faculdade, deverá receber um restaurante-escola montado pela Fundaçao Florestan Fernandes, de formaçao profissional.

Ele seria cedido em regime de comodato por um prazo de 20 anos para atrair um parceiro privado com capacidade para montar e gerenciar o empreendimento. Mas a cidade nao tem condiçoes, por outro lado, de "desviar verbas do ensino fundamental", admite o secretário de Educaçao, José Paulo Correia de Menezes.

De acordo com Menezes, três grupos (dois de professores e consultores universitários e um grupo educacional privado da capital) já manifestaram interesse pelo projeto de Diadema. Numa previsao otimista, Menezes calcula que o projeto possa sair do papel já no início do próximo ano letivo.

Diadema e Rio Grande da Serra sao as únicas cidades da regiao que nao abrigam nenhuma instituiçao de ensino superior. Mauá e Ribeirao Pires têm uma cada. Na semana passada, a Câmara de Mauá aprovou em definitivo a criaçao da UniMauá (Instituto Universitário Municipal de Mauá), no que hoje é apenas uma estrutura de concreto ao lado do Legislativo.

Pesquisa - Uma pesquisa da Secretaria de Educaçao identificou 1,3 mil alunos da cidade que freqüentam cursos superiores fora da cidade. Desses, 944 estao divididos entre Fundaçao Santo André (423), UniABC (338) e Sao Marcos, em Sao Paulo (183). Mas estao fora do levantamento grandes escolas da regiao, como a Uniban e a Umesp; e, na capital, USP e PUC, entre outras.

A amostragem revelou também que alunos dispendem mais 40% além do valor da mensalidade para bancar despesas com transporte, estacionamento e refeiçoes - sem contar o tempo de ir e vir. O secretário Menezes supoe que a cidade tenha pelo menos o dobro dos alunos identificados pela pesquisa parcial. E relaciona esse dado com o total de alunos que estao cursando o último ano do ensino médio em escolas públicas da cidade - cerca de 5 mil. Menezes estima que há uma demanda reprimida de 1,5 mil alunos por ano que nao tentam seguir um curso superior porque nao teriam recursos (em tempo e dinheiro) para bancar estudos fora da cidade.

A pesquisa entre os alunos do ensino médio demonstra preferência pelos cursos de Tecnologia e Processamento de Dados, Turismo, Comunicaçao Social, Nutriçao, Enfermagem e Pedagogia. "Parece que o pessoal botou o pé no chao", comentou Menezes, notando a ausência de cursos caros e de tempo integral, como Medicina, entre os preferidos. Para o secretário, por outro lado, a demanda por cursos superiores na cidade já é o resultado de 15 anos de investimentos públicos em ampliaçao da escolaridade formal.




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