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Líderes brasileiros estão entre os mais otimistas da AL
Do Diário OnLine
Com Agências
21/04/2004 | 14:49
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Os líderes brasileiros estão entre os mais otimistas da América Latina, segundo relatório sobre a democracia no continente divulgado nesta quarta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A pesquisa, realizada em 2002, ouviu 19 mil latino-americanos e 231 líderes do continente sobre a situação da região nos últimos 20 anos.

Entre 19 mil lideranças entrevistadas nos 18 países que participaram no relatório, os brasileiros entrevistados estão entre as mais otimistas, tanto no que se refere ao progresso das condições necessárias para a democracia quanto mais satisfeitas com os avanços já obtidos. Os dirigentes brasileiros também estão, segundo reportagem da Agência Brasil, entre os que avaliam se o nível de participação política aumentou nos últimos anos, ao lado de Honduras, Mexico, Bolívia e Paraguai.

De acordo com o relatório, um dos fatores que alimentou o otimismo é a eleição presidencial de 2002. "Para um dos entrevistados, a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva 'que saiu da extrema pobreza nordestina e chegou ao máximo poder do país' ajuda a reforçar o clima de confiança na democracia".

A pesquisa aponta ainda que o otimismo dos dirigentes brasileiros não se aplica ao papel desempenhado pelos partidos políticos. A maioria dos consultados avaliou que as agremiações partidárias não estão cumprindo a contento seu papel institucional na democracia.

Nota alta - O Brasil alcançou valor máximo no Índice de Democracia Eleitoral (IDE) em relação aos países da América Latina, de acordo com o PNUD. O índice espelha o grau de participação da população nos pleitos, a liberdade das eleições, se elas são limpas e se o voto é o principal meio de acesso aos cargos públicos de um país. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais alto o valor, maior o grau de democracia eleitoral.

Dos 18 países pesquisados, outros cinco conseguiram a média máxima ao longo de 12 anos: Bolívia, Costa Rica, Honduras, Panamá e Uruguai. O país com a menor média foi a Colômbia (0,57).

Segundo o relatório, o IDE indica uma evolução da democracia eleitoral da América Latina, comparando com a década de 70, quando a escolha de governantes pelo voto direto era mais uma exceção do que regra no continente. O IDE latino-americano em 1977 era 0,28, passou para 0,69, em 1985, e iniciou a década de 90 com média de 0,86. A América Latina chegou a 2002 com um índice médio de 0,93.

Mulheres e negros - O levantamento do PNUD indica ainda que o Brasil está entre os países que apresentam menores percentuais de participação de mulheres e afro-descendentes no Parlamento.

Nas últimas eleições, ressalta o relatório, apenas 8,6% das cadeiras do Congresso Nacional foram preenchidas por mulheres. De acordo com a pesquisa, embora os afro-descendentes representem 44% da população, entre 1995 e 1999, apenas 2,8% das vagas da Câmara dos Deputados (15 cadeiras) foram ocupadas por afro-descendentes.




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