A Associação Nacional de Magistrados (ANM), organizadora da manifestação, afirmou que a maioria dos juízes e promotores da península aderiu à greve. Segundo a entidade, 93% dos juízes penais e 70% dos juízes civis aderiram ao protesto.

Em Roma e Milão, 90% dos magistrados apoiaram a greve, segundo a mesma fonte, enquanto em Palermo a greve foi acatada por 87,13%.

Muitos juízes e promotores que participam do movimento disseram que vão dar continuidade às audiências dos processos mais urgentes, que tenham réus detidos.

Berlusconi — que tem assuntos pendentes com a justiça — apresentou um projeto de lei que limita a autonomia dos magistrados, através do Conselho Superior da Magistratura (CSM).

Para o governo, a greve foi organizada por motivos “políticos”. A reforma visaria, segundo o governo, tornar mais rápida e eficaz a aplicação da Justiça no país.

Entre os pontos mais controvertidos da reforma está a separação das carreiras de juiz e promotor, atualmente unificadas, assim como o novo sistema de eleição dos membros da Suprema Corte.

Além da greve dos magistrados, os trabalhadores italianos ligados ao principal sindicato do país, CGIL, de esquerda, com mais de cinco milhões de membros, anunciaram a realização de uma série de greves em nível regional até o mês de julho, para protestar contra a reforma trabalhista.