Nos bastidores há a interpretação de que a medida acaba privilegiando um segmento da sociedade, já que as vagas nas escolas são bastante disputadas. Mas Elias retruca: “O projeto de lei tem por objetivo garantir a continuidade dos estudos dos filhos de ministros religiosos que, por razões de seu ministério, devem mudar constantemente de cidade”.

O vereador diz ainda que o constante deslocamento de muitos pastores, missionários e sacerdotes, levando o consolo da palavra divina, tem como contrapartida prejuízos e desconfortos para seus familiares, sobretudo de seus filhos, que têm de mudar muitas vezes de escola ao acompanhar os seus pais, cada vez que esses são transferidos por ordem de suas respectivas igrejas.

O Pastor Elias lembrou ainda que isso faz com que algumas crianças percam o ano letivo por falta de vagas nas escolas. “Esta medida é de justiça e visa compensar aqueles que não podem se dar ao luxo de criar raízes em um único lugar, devendo, por imposição de suas vocações, buscar sempre um novo rebanho a ser convertido e elevado moralmente”, disse.

O Pastor afirmou que outros vereadores evangélicos, entre eles Israel Santana (PFL) e Carlos Ferreira (PSB), vão subscrever a matéria. “Eu sofri na pele esse problema e por isso acho o projeto é muito importante. Pastor anda mais que cigano”, disse Israel.

O vereador Ricardo Alvarez (PT) entende que em escola pública não pode haver privilégio. “O que os pastores e os missionários têm a mais dos que o resto da população?”, indagou. “Vagas em escolas públicas não podem ser vinculadas aos interesses religiosos. Na minha opinião o pastor está equivocado em apresentar este projeto”, afirmou.