A deputada Denise Frossard (PPS-RJ), da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, rejeitou nesta terça-feira o recurso do deputado Wanderval Santos (PL-SP), que teve aprovado no último dia 20, pelo Conselho de Ética da Casa, o parecer que pede a cassação do seu mandato por quebra do decoro parlamentar. Ele é acusado de sacar R$ 150 mil de uma conta do empresário Marcos Valério de Souza, suposto operador do chamado 'mensalão' – suposto esquema em que o PT pagava até R$ 30 mil a deputados da base aliada em troca de apoio às matérias de interesse do governo federal.

Frossard, que é relatora do recurso na comissão, recomendou a rejeição da ação por entender que não ocorreu nenhuma irregularidade durante a análise e o julgamento do processo no Conselho de Ética. Wanderval alegava o desrespeito ao direito do contraditório, já que o relator do parecer no Conselho, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), acrescentou ao seu parecer novos elementos após ele (Wanderval) realizar a sua defesa. O deputado Inaldo Leitão (PL-SP) pediu vistas do parecer, o que deve atrasar a votação do caso na CCJ.

O relator do processo no Conselho de Ética, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), concluiu que o investigado deve responder pelo desvio porque cedeu indevidamente seu assessor para realizar "atividades estranhas ao exercício do mandato".

Sobre a acusação de que seu motorista recebeu dinheiro de Marcos Valério, Wanderval afirmava que o funcionário estava a serviço do ex-deputado Carlos Rodrigues, que era o coordenador político da bancada eleita com apoio da Igreja Universal do Reino de Deus.