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Doação tira computadores ‘velhos’ da aposentadoria
Renata Turbiani
Do Diário do Grande ABC
05/02/2001 | 17:49
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Com a obsolescência que move o universo da tecnologia, pode-se imaginar que daqui a alguns meses o processador Pentium 4, recentemente lançado pela Intel nos Estados Unidos, irá se tornar uma peça de museu, assim como aquelas antigas máquinas equipadas com chips Pentium de 100 MHz ou, para recuar um pouco mais no tempo, com os outrora modernos 386 e 486. Como o número de aplicações suportadas por esses computadores é reduzido, o usuário não pensa duas vezes antes de abandoná-los dentro de um armário.

O problema é que esse tipo de configuração não tem capacidade para rodar games, softwares de escritório ou navegar na Internet, tal a voracidade com que os novos aplicativos exigem cada vez mais capacidade de hardware. Não bastasse o uso limitado, os computadores mais antigos têm pouco ou nenhum valor comercial. Em alguns casos, negociá-los não vale a pena, nem mesmo como moeda de troca na compra de um PC novo. Assim, surge então a dúvida: o que fazer então com esses equipamentos?

A solução é transformá-los, por meio de doação, em ferramentas de trabalho e ensino em entidades assistenciais, escolas, postos médicos ou qualquer outra instituição que, por um motivo qualquer, não têm como adquirir computadores de última geração. Nesses locais, a palavra obsolescência não existe: até mesmo as máquinas quebradas podem virar fonte de conhecimento para as comunidades carentes.

“Na maioria dos casos, quem possui computadores ultrapassados em casa não sabe o que fazer com eles. Há até quem prefira jogá-los no lixo só para se ver livre dos trambolhos”, define Carlos Romero, assistente técnico da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania de São Bernardo, que oferece cursos profissionalizantes para desempregados e pessoas de baixa renda e que conta com 40 computadores provenientes de doação.

Mas há quem enxergue na doação dos “velhinhos” algo mais do que simplesmente desfazer-se de objetos que não são mais utilizados. Para Laércio Cosentino, presidente da Microsiga Software, empresa que desde 1998 realiza doações de computadores para instituições assistenciais, o objetivo principal da doação de equipamentos deve ser o investimento no desenvolvimento do país.

“Como o avanço tecnológico veloz exige de todos um conhecimento cada vez maior para entrar no mercado de trabalho, os jovens que pertencem às camadas mais pobres da sociedade acabam sendo deixados para trás. Por isso, é necessário pelo menos minimizar esse problema investindo em educação e, principalmente, na formação de novos profissionais”, finaliza Cosentino.




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