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Memorial do Holocausto pede abertura de arquivos do Vaticano
Da AFP
30/12/2002 | 17:59
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A administração do Yad Vashem, o Memorial do Holocausto, pediu nesta segunda-feira ao Vaticano a abertura de seus arquivos relativos ao período da Segunda Guerra Mundial, durante a qual os nazistas exterminaram milhões de judeus, informou o organismo com sede em Jerusalém, em um comunicado.

"O Vaticano se comprometeu a tornar públicos seus arquivos até 1939 (véspera do início da guerra). Nós solicitamos ao Vaticano a abertura de seus arquivos dos anos mais críticos para o povo judaico e toda a humanidade, durante o período da guerra e do Holocausto", afirma no comunicado o director do Yad Vashem, Avner Shalev.

Shalev fez o pedido durante a abertura de uma conferência internacional organizada pelo Yad Vashem, que tem como tema "Confrontar a história e as comissões históricas de investigação sobre a Shoah".

"Ao contrário de diversos países que estabeleceram comissões históricas de investigação, financiando seus trabalhos e permitindo o acesso a seus arquivos nacionais, a comissão histórica instaurada para os arquivos do Vaticano teve que ser desmantelada porque um número importante de documentos continua sendo confidencial", criticou Shalev.

O Vaticano confirmou no sábado que em 2003 abrirá seus arquivos sobre as atividades de enviado apostólico na Alemanha do cardeal Eugenio Pacelli, o futuro Papa Pio XII, eleito em 1939.

No entanto, os arquivos da Santa Sé do pontificado de Pio XII durante o nazismo e o Holocausto não serão divulgados antes de 2005, informou o Vaticano em fevereiro passado.

A atitude da Igreja Católica, sobretudo seu silêncio, durante as perseguições da Alemanha nazista aos judeus sempre recebeu críticas. Segundo a direção do Memorial, a abertura dos arquivos do Vaticano não depende de nenhuma regra, apenas da vontade soberana do Papa. Geralmente, os arquivos são divulgados depois de um período de 60 anos.




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