Cerca de 15 milhões de peruanos vão às urnas neste domingo para eleger um novo presidente entre oito candidatos, cujo favorito é Alejandro Toledo, seguido pela advogada Lourdes Flores e o ex-governante Alan García. Depois de uma década com Alberto Fujimori na presidência, cujo governo entrou em colapso em novembro em meio a uma profunda crise de corrupção.

O favorito nestas eleições é o candidato de centro-esquerda Toledo, do Perú Posible, que se esforça pra vencer no primeiro turno. Entretanto, as pesquisas já antecipam o segundo turno.

A incógnita é quem será o outro candidato, já que o social-democrata Garcia subiu bastante nas pesquisa nos últimos dias, ameaçando derrubar do segundo lugar Flores, da aliança da direita Unidad Nacional.

Os candidatos vivem uma verdadeira "guerra de nervos", na qual já esgotaram seus últimos recursos de campanha na noite de quinta-feira, quando terminou o prazo legal para manifestações públicas, fazendo um mar de promessas.

O objetivo é conquistar o voto dos indecisos, que representam uma grande fatia do eleitorado, que só devem decidir quando estiverem na cabine de votação.

Os peruanos vão às urnas pela segunda vez em um ano, depois das eleições de 9 de abril de 2000, quando o ex-presidente Fujimori foi reeleito para um terceiro governo consecutivo em meio a várias denúncias de fraude.

Estas eleições foram a semente de uma crise política sem precedentes, que explodiu em setembro com a divulgação de um vídeo no qual o assessor Montesinos aparecia subornando um legislador da oposição para que passasse às fileiras do governo.

Fujimori abandonou às pressas o país em novembro, aproveitando uma reunião da Apec em Brunei para ir ao Japão em seguida, de onde anunciou sua renúncia. Esta, porém, não foi levada em consideração pelo Congresso, que optou por destituí-lo por "permanente incapacidade moral".