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Metalúrgicos do ABC fazem greve 'pipoca' a partir de 2ª
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
07/10/2001 | 20:27
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  Em assembléia realizada neste domingo pela manhã, na porta do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, cerca de 12 mil trabalhadores – segundo estimativa da entidade – decidiram pela greve pipoca, que visa desorganizar a produção do setor sem aviso prévio das paralisações. A Polícia Militar, que calcula o número de participantes nesse tipo de manifestação, não esteve no local. Nesta segunda, os 100 mil metalúrgicos do Grande ABC param, por duas horas, a partir das 5h.

A greve decretada é resposta dos trabalhadores à proposta apresentada pelo Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea), que consiste no reajuste de 70% da inflação do período entre novembro de 2000 a novembro de 2001. Os representantes patronais dos demais segmentos, como autopeças, eletroeletrônicos, forjaria e máquinas, ainda não deram resposta à pauta de reivindicações apresentada pelo sindicato e também terão suas produções afetadas pelas paralisações.

A partir de terça, no entanto, a greve estratégica prevê paradas localizadas nas montadoras. Também a partir de terça-feira, mas ainda sem horário definido, será realizado ato na avenida Piraporinha, em Diadema, que reunirá funcionários de várias fábricas da região. Nos demais segmentos da indústria serão realizadas paralisações de seis ou oito indústrias por dia. Uma manifestação deverá ocorrer, ainda nesta semana, em uma das pistas da via Anchieta, que pretende reunir trabalhadores de toda a região.

Para o presidente do sindicato, Luiz Marinho, esse não seria o momento ideal para decretação de uma greve contínua. “Algumas montadoras vão dar férias coletivas; assim, as empresas acabariam beneficiadas. Já a greve pipoca, que a gente sabe que estoura, mas não sabe o momento nem em qual montadora, irá desorganizar a produção”, afirmou. Marinho, que ressaltou ser uma “greve de resistência”, disse que não teme por demissões no setor automobilístico. “Pelo contrário, a luta é para evitar cortes”, afirmou.

A pauta da campanha salarial dos metalúrgicos prevê ainda a negociação do dissídio por dois anos; a mudança da data-base da categoria de 1º de novembro para 1º de setembro; reposição das perdas salariais do período, aumento real (não decidido) e renovação das cláusulas sociais do dissídio anterior.




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