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'Evento adverso grave não tem relação com a Coronavac', garante Dimas Covas

Presidente do Instituto Butantan disse ter recebido com surpresa e indignação a suspensão dos testes anunciado pela Anvisa ontem à noite; segundo ele, imunizante teve apenas reações adversas leves

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande aBC
10/11/2020 | 11:08
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O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, acaba de dar entrevista coletiva para falar sobre a suspensão dos testes clínicos da Coronavac, anunciado ontem pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo ele, evento grave que ocorreu com um dos voluntários dos testes da vacina em nada tem a ver com o imunizante . "Nós temos 10 mil voluntários e, no dia a dia, algum pode ter um evento adverso que não tem relação com a vacina. O evento, por exemplo, é um voluntário sair e ser atropelado e acabar morrendo. Isso não tem relação nenhuma com o imunizante", explica. Ele reforçou que a Coronavac causou, até o momento, apenas reações adversas leves.

Covas reclamou que foi avisado às 20h40, por uma mensagem, que a Anvisa havia suspendido os testes. "Não seria mais ético marcarmos uma reinião para hoje, para conversarmos sobre este evento, que comunicamos no dia 6 para a Anvisa? Isso tudo causou medo, apreensão, sem necessidade. Bastava esclarecermos para seguir o estudo, que é muito importante."  O comunicado do órgão regulador foi divulgado horas depois de o governador, João Doria (PSDB), anunciar que iniciaria neste mês a chegada ao País de 120 mil doses desse imunizante, que depende da autorização da própria Anvisa para ser aplicado. Em nota, o órgão regulador federal  afirmou ter interrompido o estudo "para avaliar os dados observados até o momento e julgar o risco/benefício da continuidade do estudo". Não há qualquer confirmação de que esse "evento adverso grave", não detalhado pelo órgão, tenha sido causado pela vacina. 

Nas redes sociais, Bolsonaro disse que ''''venceu Doria'''' na questão do imunizante que, segundo ele, causaria ''''anomalias''''. "Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", postou no Facebook.

"Não é normal causar um evento normal em anormalidade. Poderia ser resolvido dentro da comunicação. Por que toda essa polêmica", questiona Covas. "Foi uma notícia desagradável (suspensão dos testes), que preocupa todos os voluntários que se inscreveram para receber a vacina, já mais de dez mil pessoas. Da mesma forma que pode criar dúvidas a quem pretendia se candidatar. Atingiu a todos nós causa surpresa e causa até indignação. O Butantan tem 119 anos de história, produz 75% das vacinas utilizadas pelos brasileiros. Uma a cada três brasileiros este ano tomou uma vacina feita aqui no Butantan, portanto as vacinas que produzimos têm sua segurança atestada pelo uso de milhões de doses. Só esse panorama já define o contexto", reforça o presidente do Instituto. 

" E neste estudo clínico em particular não seria diferente. Tenho 30 anos de profissão. Se tem uma coisa uqe prezo é a segurança dos pacientes que se submetem a um estudo clínico. Quando fazemos teste clínico é esperado que existam reações adversos e efeitos adversos e a Coronavac só teve reações adversas leves, nenhuma grave", garante. Ele espera, acrescenta, que a retomada dos testes seja feita o mais rápido possível. 




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