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Acusados do assassinato de Tim Lopes vão a julgamento
Do Diário OnLine
Com Agências
20/05/2005 | 17:28
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O traficantes Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, principal acusado da morte do jornalista Tim Lopes, em 2002, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e seis integrantes de sua quadrilha serão julgados a partir das 13h do próximo dia 24, no 1º Tribunal do Júri da Capital. O júri, que poderá durar de dois a três dias, será presidido pelo juiz Fábio Uchôa, ficando a promotoria a cargo de Viviane Tavares Henriques e Patrícia Glioche Béze.

Dos nove indiciados no processo, dois já morreram: André da Cruz Barbosa, o André Capeta, e Maurício de Lima Matias, o Boi. Os outros sete, deverão, a princípio, comparecer ao tribunal neste dia, existindo porém a possibilidade do processo - que tem 13 volumes - ser desmembrado, com novas datas de julgamento para os réus. Segundo o juiz, isto pode acontecer em razão da ausência de testemunhas ou de recusa de jurados. Estão previstas para serem ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa de cada réu.

A segurança será reforçada devido à alta periculosidade dos acusados, que estão presos. De acordo com o MP (Ministério Público), eles podem pegar, cada um, a pena máxima de até 39 anos — por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Crime - O jornalista Arcanjo Antonino Lopes do Nascimento, 51 anos, conhecido como Tim Lopes, estava fazendo uma série de reportagens investigativas para a TV Globo, sobre bailes funks financiados pelos traficantes, na favela da Vila Cruzeiro, na Penha, quando desapareceu, em 2 de junho de 2002.

Ele também era o autor da reportagem sobre o ‘Feirão das Drogas’ nos morros cariocas, entre eles, o do Alemão, em Ramos, veiculada em agosto de 2001. Segundo testemunhas, Tim teria sido torturado e assassinado pelos acusados, sob as ordens do traficante Elias Maluco, um dos líderes do grupo criminoso Comando Vermelho.

Detalhes - O assassinato de Tim Lopes foi confirmado, inicialmente, após a prisão de Fernando Sátyro da Silva, o Frei, e de Reinaldo Amaral de Jesus, o Kadê, dois integrantes da quadrilha de Elias Maluco, que detinha o poder no Complexo do Alemão, morro formado por 12 favelas.

Os depoimentos dos presos indicaram que o jornalista foi identificado pelas reportagens, já que ele havia filmado com uma microcâmera escondida a venda de drogas nas ruas do morro. Eles disseram que Tim teria sido levado da favela Vila Cruzeiro para a da Grota, onde foi julgado, torturado e morto. Seu corpo também teria sido esquartejado e queimado em pneus, método conhecido como "microondas", muito usado pelos bandidos para não deixar "rastros" de suas vítimas e eliminar as provas.

Em 13 de junho de 2002, Ângelo Ferreira da Silva, também foi preso e confessou que estava no carro Palio que teria levado o jornalista da Vila Cruzeiro até onde estaria Elias Maluco. Elizeu Felício de Souza, o Zeu, preso no dia seguinte, foi identificado como um dos seguranças de Elias Maluco que teria assistido à execução de Tim Lopes. Na ocasião, o bandido teria confessado que comprou gasolina e diesel em um posto de combustível próximo à favela Nova Brasília e que teria entendido que um inimigo da quadrilha seria executado. Mas, não soube dizer quem era.




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