O WikiLeaks continua a ser destaque na mídia internacional. A organização afirma que as autoridades norte-americanas pediram detalhes ao Twitter da conta de um de seus fundadores, Julian Assange, e de outras pessoas ligadas a ele, indicando que há uma investigação do departamento de Estado daquele país.

Fundado em 2006, o WikiLeaks, que é considerado site de denúncias sem fins lucrativos, vem ocupando os noticiários desde meados de 2010, quando vazaram conteúdos de documentos acerca da ocupação no Iraque e, posteriormente em novembro, com a divulgação de comunicações diplomáticas de embaixadas de vários países e dos Estados Unidos. Esses fatos nos remetem a reflexão acerca do papel da informação na sociedade atual e como esta vem sendo tratada pelo poder público e também no mundo corporativo.

Vivemos na sociedade do conhecimento, em que a informação torna-se o principal e estratégico ativo das organizações e, desta forma, passa a ter valor e grande importância, além de, em muitos casos, conferir poder aos seus detentores. Sendo assim, não pode ser tratada de forma displicente ou até negligente.

A gestão da informação deve fazer parte de toda organização, seja ela pública ou privada, e esse processo engloba desde a análise e detalhamento da obtenção da informação, ou seja, sua origem, passando pelo tratamento, armazenamento, meios de distribuição e acesso, até sua destinação, uso enfim, culminando depois em seu possível descarte.

Além de efetuar uma gestão adequada da informação, são necessárias políticas claras de acesso e segurança. Não bastam apenas investimentos em recursos físicos e softwares de segurança, são indispensáveis a definição de responsabilidades e critérios de seleção e qualificação de todo pessoal envolvido, que efetue manutenção nas informações ou tenha acesso a elas.

O caso WikiLeaks serve de alerta aos governos e às corporações, para que revejam seus sistemas, processos e políticas, tratando a informação de maneira adequada ao valor que ele possui. Assim, pode-se concluir de forma análoga que, da mesma forma que não se daria a chave de um cofre a qualquer pessoa, também não se pode conferir acesso à informação a qualquer usuário.

Alexey Carvalho é administrador, mestre em Tecnologia, especialista em TI e Gestão de Negócios, professor de pós-graduação e diretor da Faculdade Anhanguera de São Caetano.