Os prejuízos dos ataques da praga virtual Mydoom (juízo final), disparado no último dia 26 de janeiro, podem variar de US$ 5 bilhões a US$ 38,5 bilhões, de acordo com estimativas realizadas por diferentes institutos de pesquisas. De acordo com a Trend Micro do Brasil, esses números divergem porque alguns levam em conta o tempo de máquina parada, outros acrescentam as perdas pelo fato de um funcionário que poderia estar trabalhando deixar de fazê-lo, entre outras informações que vão engordando essa estatística.

O Brasil não está entre os países mais afetados em termos absolutos pelos ataques do vírus Mydoom, mas a proporção de máquinas prejudicadas no país em relação à base de computadores instalados é das mais altas do mundo. Estatísticas globais da empresa de antivírus Trend Micro mostram que a América do Sul teve 6,3% dos seus computadores infectados, à frente da África (5,6%), da Ásia (4 3%), da Europa (3,6%) e da América do Norte (2,6%). Os dados são referentes ao período entre 26 de janeiro e 6 de fevereiro.

"O Brasil representa 80% da América do Sul, ou seja, é praticamente todo o resultado do continente", explica Miguel Macedo, diretor da Trend Micro do Brasil. Segundo ele, esse dado se explica por conta das pequenas empresas e usuários domésticos que não resistiram ao que a indústria de antivírus chama de "técnica de engenharia social": os usuários de e-mails recebiam mensagens com erro, como se algum correio eletrônico não tivesse chegado ao seu destinatário. Intrigados, os usuários acabavam por abrir a mensagem para tentar identificar o erro.

O diretor da Trend Micro explica que a vulnerabilidade acentuada no Brasil se deve à falta de cultura de atualizar vacinas ou antivírus. "Alguém que comprou um software de antivírus há alguns anos acha que não precisa mais renovar seu conteúdo", diz.

Alerta- A Panda Software, desenvolvedora de softwares antivírus, lançou um alerta sobre o vírus Doomjuice.A, que segundo a empresa parece ter sido criado pelo mesmo autor do Mydoom. Desenvolvido para propagar-se pelas redes, ele não pode ser visto ou detectado pelo usuário no e-mail.

A praga virtual explora os danos causados pelo seu antecessor. De acordo com os indícios, a atuação do Mydoom não irá parar no próximo dia 12, data em que sua distribuição cessaria. Aparentemente, o mesmo autor do Mydoom criou um novo código malicioso que não pode ser detectado através do correio eletrônico, visto que aproveita-se de portas abertas pelo Mydoom.A e Mydoom.B.

De acordo com a Panda, o comportamento desse novo vírus recorda o SQLSlammer, um vírus de rede que se aproveita de uma porta aberta que tornava o servidor vulnerável. Com o aparecimento do Doomjuice.A, a Panda Software aconselha extremas precauções e a atualização imediata das soluções de antivírus. Já está disponível no site da empresa a atualização correspondente para a detecção e eliminação do Doomjuice.A, caso o software não esteja configurado para realizá-la automaticamente. Mais informações no site www.pandasoftware.com/virus_info/encyclopedia/