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Artista brasileiro constrói a carreira em Nova York

Dançarino, Glauco Araújo explora universo artístico e agora investe no cinema e no teatro

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
18/10/2020 | 07:00
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Divulgação


 A paixão pela arte, sobretudo pela dança, é algo que está na vida de Glauco Araújo, 32 anos, desde que era uma criança. Quando tinha 5 anos, a escola onde estudava lhe pediu para participar de uma apresentação de dança. Foi dali para nunca mais parar.

Leitor assíduo das edições virtuais do Diário, disponíveis no site do jornal (www.dgabc.com.br), o artista nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, fez da arte seu modo de vida. E o Brasil, para ele, já não era suficiente. A vontade de buscar mais oportunidades e uma vida melhor lhe fez criar coragem para se mudar. E assim o fez.

Glauco foi para os Estados Unidos em 2015, onde vive até hoje. Mas antes de chegar lá passou por locais como a Rio Dance Company, onde fez dança moderna, e pela Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos, companhia com bailarinos com e sem deficiência, espaço que lhe possibilitou representar o Brasil nos Jogos Paraolímpicos de 2012, em Londres, na Inglaterra.

O brasileiro hoje está radicado em Nova York e já soma diversas experiências. Atuou na Momenta Dance Company, em Chicago, e, no início de 2017, recebeu uma bolsa de estudos para a Alvin Ailey Dance School, localizada na cidade onde mora e uma das escolas mais renomadas de dança do mundo, onde ficou até o ano seguinte.

“Lembro de acordar cedo todo os dias, entrar nas aulas e pensar quantos artistas incríveis pisaram naquele lugar, e eu estava tendo o privilegio de estar lá, podendo viver aquela realidade. Foi surreal”, celebra Glauco.

Atualmente, o artista sabe que tomou a decisão correta, mas sair do Brasil não foi tarefa fácil. “Deixar para trás minha família foi a principal fonte de tristeza para mim, porque sou muito próximo de meus pais, meu irmão, minha avó e minhas duas tias que moram na casa ao lado. E, desde que saí do Brasil, sinto falta do convívio diário com eles”, lamenta o artista.

Ainda assim, todo o esforço está valendo a pena. Além da dança, Glauco caminha também pelo universo do teatro e do cinema. Dançou no musical de Sasha Spielvogel chamado Come Back Once More, participou do elenco também de outro musical, A Crossing, de Joshua Bergasse, junto da Barrington Stage Company.

Segundo o artista, quando as oportunidades além da dança iam aparecendo, o desafio aumentava na mesma medida. “Mas, olhando para trás, tudo aconteceu passo a passo e posso ver em retrospecto como tudo se juntou para mim com muito trabalho e persistência”, comenta.

No cinema soma obras como A Tango to Remember, Ruminate e Lucid, por exemplo. A cena teatral nova-iorquina também vem sendo bem explorada pelo brasileiro. A estreia foi na peça No Forty Carats, de Pierre Barillet, como o protagonista romântico Peter Latham.

Ele explica que nos Estados Unidos há muitos locais para encontrar trabalho, tanto de forma independente quanto com empresas e escolas de cinema estabelecidas. “É um sonho ter tantas oportunidades de trabalhar de várias maneiras”, diz.

Com a pandemia instalada no mundo, e nos Estados Unidos não é diferente, as coisas ficaram um pouco mais difíceis. Glauco, inclusive, foi contaminado pela Covid-19 no início do ano. Teve sintomas leves e agora está recuperado. Durante o ano, realizou apresentações de dança virtuais. Mas tem a certeza de que assim que tudo voltar ao normal poderá retomar suas atividades profissionais por completo.

“Estou no início (da carreira), realmente, de trabalhar no teatro e no cinema. Vou continuar a seguir a minha carreira”, afirma. Para o futuro, espera poder crescer como ator e poder matar a saudade da família. “Vivo muito feliz, por me sentir livre e ter a oportunidade de ser eu mesmo”, encerra.




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