Palavra do Leitor Titulo Artigo
Professores: quem cuidará deles?
Do Diário do Grande ABC
13/10/2020 | 23:59
Compartilhar notícia


Para enfrentar com lucidez os impactos da pandemia na rotina escolar, parece fazer sentido contextualizá-la como fenômeno para o qual não fomos convidados e muito menos estávamos preparados para viver. Recente nota técnica do Unicef (Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância) refere-se a essa dolorosa experiência como o experimento de maior alcance na história da educação ao redor do mundo. Considerando a rotina abruptamente transferida para as aulas não presenciais, ressurge com força a preponderância do papel de professores e professoras sob condições adversas, como redução de salários e de carga horária, falta de planejamento, de familiaridade ou de recursos para produção de aulas remotas que atendam a uma interlocução eficiente.

A partir dessa circunstância, parece então razoável trazer à reflexão os sentimentos (estresse, frustração, tédio, depressão, solidão) dos profissionais da educação. Pesquisa do Instituto Península, com 7.000 professores, das redes pública e privada de todos os Estados brasileiros, sugere uma realidade preocupante do quadro docente, em relação a sentimentos de ansiedade e sobrecarga (53% dos respondentes), à preocupação com a saúde mental e física dos alunos (respectivamente 27% e 24%), seguida da saúde física da família (22%). Dado que chama a atenção é o baixo percentual de respondentes (apenas 20%) preocupados com a própria saúde mental e física, em detrimento de preocupações com outros atores do processo. Em meio à discussão sobre retorno iminente e necessário à rotina presencial nas escolas, sobram perguntas que urgem respostas: como os professores ajudarão a outros se não tiverem priorizado o autocuidado? Que condições concretas tiveram antes e durante a pandemia para que isso fosse possível? E se lhes faltou cuidado, quem, afinal, cuidará deles na iminência do mergulho necessário na atividade presencial com todos os desafios que virão?

As escolas devem ser corresponsáveis por priorizar, neste momento, o acolhimento dos seus professores, por meio de programas de escuta ativa, intenso respeito à individualidade desses sujeitos, adaptações de infraestrutura física, acompanhamento para as mudanças de calendário, processos de avaliação diagnóstica e retomadas de conteúdos essenciais e de treinamento para o cumprimento dos protocolos necessários para a preservação não só da saúde física, quanto da segurança e bem-estar das emoções e da mente.

Só assim restauraremos a escola em sua plenitude, a partir de lições deixadas por esse evento mundial, reafirmando-a como ‘o lugar’ insubstituível onde se ensina e, de repente, se aprende.

Cleia Farinhas é gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino.


PALAVRA DO LEITOR

Corrupção?
Acabou a corrupção no Brasil? Bolsonaro é tão bom quando o assunto é enganar o próximo que atualmente consegue enganar a si mesmo. Agora assume que em seu ‘desgoverno’ não há corrupção. Sendo assim, decidiu acabar com a Lava Jato! Parabéns para você que contribuiu para eleger esse irresponsável e incompetente, que tinha como promessa de campanha lutar contra a corrupção e defendia abertamente a Operação Lava Jato, porém, ao sentar na cadeira no Planalto, mudou de postura – se é que algum dia teve postura decente. Pergunto: as práticas suspeitas que envolvem seus filhos não são passíveis, caso comprovadas, de atos corruptos?
Thiago Scarabelli Sangregorio
São Bernardo

Larga o osso!
Incrível como alguns vereadores são gananciosos, não sei se por dinheiro ou por poder. Olhem o caso do pai do prefeito corrupto em Mauá (Política, ontem). O cara já é aposentado pela Câmara, e ainda tenta a reeleição do décimo mandato. Fico pensando como certas pessoas não valorizam a vida pessoal, tipo, viajar, pescar, aproveitar o tempo com a família etc. Será que pensam que levarão o dinheiro e o poder no caixão? O momento é não reeleger gente desse tipo. Vamos, Mauá, votar novo e ver no que dá, se não der bom, trocamos de novo.
Antonio Carlos dos Santos
Mauá

Representatividade
Muito importante que neste pleito municipal tenha diversas candidaturas femininas, de negros e negras e da população LGBT não apenas pela representatividade simbólica, mas para que o poder público se transforme em espaço plural e reflexivo. Gostaria de alertar que neste Diário foi publicada reportagem bem interessante sobre candidaturas majoritárias 100% femininas no Grande ABC (Política, dia 11), mas que esqueceu de citar a candidatura do Psol em São Bernardo como 100% feminina, pois tem como cabeça de chapa duas mulheres e negras, as professoras Lourdes e Soninha. Assim como na edição do dia 12 de outubro, na reportagem sobre o sindicalismo, esqueceu de citar Fabí Oliveira, candidata a vereadora pelo PT de Ribeirão Pires, que é secretária da Apeoesp. Ainda em tempo, falando sobre representações sociais, podemos falar do postulante do Psol em Mauá André Sapanos, o único candidato declarado gay a prefeito em todo o Grande ABC.
Tarcísio Aparecido Ramos
Ribeirão Pires

Efeitos
Todos sabemos do caos que veio para cima de nós. Alguns mais inocentes tentam distorcer os fatos. Mas, e as consequências? Estas vão explodindo aqui e ali e geralmente ficamos sabendo por acaso. Eu, 78 anos, deixei ‘para lá’ cuidados médicos que seriam de segunda importância, deixei de ir de trem para São Paulo! Medo. Sempre me considerei esperto: como tofu diariamente desde a década de 1970, uso farelos de todos os tipos (fibras), não fumo, não bebo, não como bolos nem doces, não tenho pressão alta, não tenho diabete. Peso na faixa de 60 kg, altura na faixa 1,68 metro, faço caminhadas intensas de uma hora e 20 minutos em circuito fechado. Mas não dei importância que as fezes estavam ligeiramente mais escuras. Consequência: forte anemia. Estava perdendo sangue, pernas inchadas etc. Exame desagradável, mas importante, de colonoscopia mostrou problemas. Cirurgia no intestino removeu mais de 30 cm e ainda sobrou quimioterapia, em andamento. Este é exemplo real do ser esperto – elogio do meu cirurgião: ‘Você está muito bem porque tinha boa reserva de saúde’.
Manuel da Silva Gomes
Ribeirão Pires
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;